11/10/2017 - BARÔMETRO GLOBAL DE CORRUPÇÃO




O leitor deve observar que há muitos artigos aqui sobre a corrupção brasileira, uma das piores do mundo, principal causadora da falta de competitividade do País, que sempre está nos últimos lugares, da ineficiência, da ineficácia, da incompetência. Dessa vez, convém destacar que a ONG Transparência Internacional trouxe uma boa notícia, ao entrevistar 22.302 pessoas, em 20 países da América Latina e Região do Caribe. No Brasil, os dados foram coletados em maio e junho de 2016. Qual seja, mostrando que 83% dos brasileiros acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção. Esta é a maior taxa observada na América Latina, seguida por Costa Rica e Paraguai, ambos com 82%, conforme o Barômetro Global de Corrupção, exposto em estudo da referida ONG. Segundo o relatório, 11% dos brasileiros disseram ter pago propina nos 12 meses anteriores à pesquisa, para usar serviços básicos, tais como escola pública, hospital, confecção de documento de identidade, polícia, tribunal e serviços de saneamento. Tal percentual é um dos menores da América Latina, perdendo somente para Trinidad e Tobago, com 6%. Não obstante uma disposição proativa contra a corrupção, os latino americanos, de uma maneira geral, afirmaram que a corrupção tem aumentado na Região. Na verdade, a luta contra ela é um longo caminho. São muitas frentes que têm de serem abertas, tais como as investigações da Polícia Federal, os acordos de leniência e formação de  departamentos empresariais de compliance.

Por oportuno, a nova Procuradora Geral da Republica, Raquel Dodge, recebeu procuradores da operação Lava Jato, a maior investigação sobre a corrupção brasileira, iniciada em abril de 2014. O trabalho da força-tarefa já resultou em mais de 160 condenações e na devolução de mais de R$4 bilhões aos cofres públicos. Os acordos de delação premiada já somam mais de 150, permitindo que a investigação apure as fraudes em contratos da Petrobras. Referida operação puxou os fios da meada da corrupção sistêmica, instalada no País, desde, pelo menos, 2004.

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