22/10/2017 - ADOTAR MODELO KEYNESIANO DE CRESCIMENTO




O modelo keynesiano de crescimento é o que o Brasil precisa restabelecer. O crescimento é baseado na demanda efetiva, consumo das famílias (C), investimentos privados (I), governo (G), investindo (G1) e gastos correntes (G2), mais exportações (X) maiores do que as importações (M). Para atendê-la vem à oferta agregada, que é o PIB. Para Keynes, os investimentos do governo (G1) são realizados em infraestrutura, eles são multiplicativos na economia. Seguem-lhe os investimentos privados (I), que aceleram a economia. Qual é o problema do Brasil atual? O País está tentando sair da maior recessão da sua história, refletidos no PIB de – 3,8% em 2015 e de – 3,6% em 2016.
Conforme Miriam Leitão, em artigo de ontem, “Horizonte curto”, “Esta recessão é diferente das outras, até para sair dela. Foi mais prolongada, mais severa, com mais desemprego. O estudo do IEDI, publicado pelo GLOBO, mostrou que a queda do investimento foi de espantosos 29%. A saída das duas outras recessões grandes que o Brasil teve a de 1981-1983, no governo militar, e a de 1990-1992, no governo Collor, foi para um crescimento de 5% no primeiro ano, e dois outros anos de forte alta. Desta vez, o País sai com números positivos fracos. A crise política e o colapso fiscal deixam a economia sem energia para uma retomada forte”.

A economista se refere às duas recessões de 25 e 36 anos atrás. Houve outras recessões, a segunda mais severa foi a de 1929-1930, na época da Grande Depressão. O PIB recuou 2% e 3%, respectivamente. A atual tem sido mais drástica. Por que? Naquela época houve uma crise de superprodução nos Estados Unidos, que tinha um PIB por volta de 40% do PIB mundial. Hoje está em 25%. As empresas desempregaram para regular estoques e, em 1929, os reflexos se deram no esfarelamento da bolsa de valores de Nova York. Os efeitos se irradiaram pelo mundo, por dez anos. 

No Brasil, baseado na economia cafeeira, o governo teve de adotar uma política protecionista do seu principal item de produção. A recessão de meados desta década tem causas internas, visto que a economia mundial está crescendo por volta de 3,5%. Ocorreu na gestão da ex-presidente Dilma, que, em 2014, apresentou déficit primário, depois de 16 anos consecutivos de superávits primários; em 2015, a inflação foi de 10,7%; em 2015, também, o câmbio se desvalorizou rapidamente em 40%. 

Dessa maneira, estava rompido o tripé de superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante, estabelecido desde 1999, com êxitos. Ademais, a forte intervenção governamental nas parcerias público-privadas afastaram investimentos, além da desastrosa política monetária de reduzir os juros básicos da economia, quando a inflação estava em ascensão. Por fim, o governo se endividou, para fortalecer em R$500 bilhões o BNDES, favorecendo “campeões nacionais”, tipo grupos JBS e Odebrecht, envolvidos em corrupção. Deste valor teve de pagar juros que chegaram a 14,25% anuais, o que também contribuiu para os déficits primários desde 2014. Desse embrulho todo ainda há necessidades de realizar reformas econômicas estruturais, que o governo federal realiza a passos de cágado, porque é difícil a aprovação no Congresso. Assim, a economia caminha lentamente e os próximos anos continuarão de lutas para retomar as melhores taxas de crescimento econômico.

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