29-10/2017 - QUESTÃO COMPLEXA A DO PETRÓLEO
A matriz energética brasileira tem como predominante a
energia elétrica. Mas, bem mais estratégico é o petróleo, que move o imenso
maquinário nacional. Foram os choques do petróleo que inviabilizaram o modelo
brasileiro da ditadura militar (1964-1984). Conforme visto aqui ontem, o autor da
resenha se refere a Geisel e a Lula. Porém, não se refere a que ambos tomaram
decisões definitivas sobre o petróleo. Refere-se a que a ambos fecharam mais a
economia. É aí que está a coincidência. Mas, as decisões foram em outras
linhas. Geisel acreditava no PROALCOOL, que não vingou. Lula no modelo do
pré-sal, que ensimesmou. Geisel começou a retirar a produção da área terrestre
para a crescente área marítima. No que logrou êxito. Lula colocou a Petrobras
no centro ordeiro do pré-sal. De início teve êxito. Depois, não conseguiu mais
concessionário. Dilma exacerbou as exigências dos leilões. Resultando daí que
os últimos leilões foram em 2013.
No dia 27, passado, o governo vendeu seis das oito áreas de
exploração petrolífera do pré-sal. Arrecadou R$6,15 bilhões. O governo
comemorou devido aos altos ágios, medidos em volume de óleo, e não em recursos
financeiros, que serão destinados à União, ao longo do período de produção das
reservas. Mas, 87% dos ganhos que o governo registrou foram dados em lances da
Petrobras. No entanto, R$100 bilhões deverão ser investidos nos próximos anos
na área. Já R$45 bilhões deverão ser pagos em royalties nos próximos 30 anos. O
leilão foi pelo modelo de partilha, questão legal, estabelecida pelos governos
do PT. Voz corrente era de que se fosse pelo regime de concessões todas as
áreas seriam vendidas. O negócio do petróleo ainda é o maior negócio do mundo.
Mas, a sua atratividade vem perdendo por combustíveis substitutos, tais como
xisto extraído nos Estados Unidos.
Nos anos de 1970, o homem mais rico do mundo John Paul Getty
dizia que o melhor negócio mundial era um poço de petróleo, até o décimo melhor
negócio. Depois poderia vir um banco, como no caso brasileiro. Entretanto, na
forte crise mundial de 2008, até o Citibank quebrou. A Petrobras, que foi ave de
rapina nos governos do PT, não quebrou e volta a ser deslumbrante.
Enfim, a política econômica do petróleo deveria ser a de
concessões, para que se explorasse o petróleo do pré-sal, no momento ainda que existem
interesses de investidores externos. O mundo caminha para a substituição de
combustíveis fósseis e o Brasil não deve perder mais a oportunidade de crescer.
O receio da doença holandesa ou do capital estrangeiro não existe, no mundo globalizado.
Só na cabeça dos falsos nacionalistas.
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