25/10/2017 - DIPLOMA UNIVERSITÁRIO SEGUROU EMPREGO




Que conclusão se deve tirar se o diploma universitário segurou o emprego formal no ano passado? A principal delas é a de que os empresários preferem ficar com funcionários melhor instruídos. Sabendo disso, isto deve ser bom para elevar o grau de escolaridade da mão de obra, uma perseguição do desenvolvimento. Os trabalhadores que concluíram a universidade em 2016 formaram um grupo seleto de brasileiros, qual sejam daqueles que sofreram menos com a forte onda recessiva, que eliminou só em 2016, cerca de 2 milhões de postos formais de trabalho. Estatísticas extraídas pelo DIEESE, citados pela Folha de ontem, da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (RAIS), obrigação de toda empresa registrada, mostraram que, no segundo ano da maior recessão brasileira, houve aumento de vagas para quem tem diploma de nível superior. Isto é, o saldo da criação de empregos foi de 142 mil em 2016. Entretanto, entre eles houve grande rotatividade, o que resultou em redução média salarial de 2,5%. Isto também é explicável porque se os capitalistas tiveram redução de lucros ou prejuízos, eles também os transferiram na parte que puderam. Ou seja, nos maiores salários, aqueles que poderiam suportar com relativa folga ou aperto orçamentário. Porém, no geral, as perdas na recessão daquele ano recessivo de  recuo de 3,6% do PIB foram desastrosas.

“Para especialistas, durante a crise é comum o empregador substituir funcionários com muitos anos de casa por mais novos. Os demitidos aceitam salários menores em novas empresas para voltar ao mercado de trabalho... Nos grupos menos escolarizados ocorreu o oposto. Houve perdas de vagas. Mas as pessoas que têm até o ensino médio incompleto tiveram ganhos de renda. Isto pode ser explicado pelo reajuste do salário mínimo.”

Amanhã, o artigo retratará que a desigualdade no nível de vida da população voltou a crescer, após recessão, começada no segundo trimestre de 2014. Da volta de déficit primário, depois de 16 anos de superávit, o que levou ao ajuste fiscal em 2015. A inflação que se elevou bastante. O câmbio desvalorizado que disparou. Isto, depois de mais de uma década de redução das desigualdades na renda dos cidadãos.

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