10/10/2017 - O CAPITAL VAI AONDE É MAIOR A TAXA DE LUCRO
É a lógica do capitalismo: o capital vai aonde é maior a taxa
de lucro. Uma empresa vai investir onde possa fazer a integração horizontal,
dentro do mesmo ramo, bem como a integração vertical, de ramos similares, se
bem lhe aprouver. Assim, uma empresa decide sua localização regional em razão
das vantagens que tem à montante e à jusante do seu ponto ótimo de localização.
Quando o governo interfere nessa lógica, ele ingressa oferecendo incentivos
fiscais, financeiros e materiais, para atrair empresas. Obviamente, vê-se isso
nos parques industriais do Nordeste, na Zona Franca de Manaus e em polos de
crescimento como o de Camaçari, na Bahia.
A Fundação Dom Cabral divulgou estudo relativo a entrevistas
com 54 multinacionais com origem no Brasil. A forte recessão aqui acometida
levou a que elas demitissem aqui e contratassem lá fora, através de suas
subsidiárias. Ou seja, 57,7% delas contrataram no exterior; 61,5% delas
demitiram no Brasil em 2016. Ampliaram atividades no exterior e reduziram no
Brasil. Internacionalizar mais foi a forma de defender-se. Quem não estava foi
para o exterior. As unidades que aqui ficaram tiveram queda de 35% em suas
margens de lucro no exterior, em 2016, vez que não promoveram a escala. No exterior,
as que ampliaram tiveram 20% mais resultados do que com as operações
brasileiras. O índice de internacionalização das empresas, medido pela proporção
de ativos, funcionários e receitas das empresas no exterior, em comparação com
as que ficaram no Brasil, teve alta de 0,9%, em relação à taxa de variação do
PIB nacional de – 3,6%.
O inverso é verdadeiro. Na medida em que o País tem feito
algumas reformas e acenado com mais substantivas, as multinacionais acenam com
mais investimentos. É o caso de oito grandes montadoras de automóveis terem
anunciado que farão até 2020 R$15 bilhões de novos investimentos, em
modernização das suas unidades de produção. Mas, é claro, elas irão expandir-se
onde já estão ou nas suas proximidades. São naqueles locais em que permitem
fazer um sem número de integrações produtivas. Ou, de arranjos produtivos.
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