28/10/2017 - ECONOMIA FECHADA DE FORMA REITERADA




 A história econômica brasileira tem revelado que o Brasil é uma economia muito fechada para a economia internacional, em termos de relações comerciais. Embora detenha o 8º PIB mundial, responde por somente 1% das transações globais.

Entrevista do jornalista Naief Haddad, publicado no dia 26, passado, na Folha, p. A 24 mercado, acerca do livro lançado por Jorge Caldeira, intitulado História da Riqueza no Brasil, Caldeira, que é doutor em ciência política e mestre em sociologia pela USP, além de jornalista, é um autor que apresenta nova versão da historiografia tradicional, usando também conhecimentos de antropologia e de econometria. O que há de novo e muito interessante vem do próprio título do artigo: “Lula e Geisel tomaram rumo semelhante na economia”, do qual se extraiu aqui as seguintes palavras:

“O que mais interessa, no entanto, é o que aconteceu dos anos 70 em diante. Em 1973, o PIB do Brasil era maior do que o da China. Foi nesse momento que esses dois países tomaram decisões opostas. Mao Tse Tung decidiu lançar a China no comércio internacional, o que aconteceu também com Japão e Cingapura. No Brasil, Ernesto Geisel interpretou o momento de forma diferente. Decidiu aumentar o isolamento do País porque o mercado interno parecia para o governo dele muito mais do que as oportunidades do mundo. Pegou então dinheiro emprestado no exterior para investir em estatais. Houve uma recessão brutal. Ou seja, o Brasil perdeu a aposta contra a globalização. A partir da redemocratização, os governos Collor, Itamar e Fernando Henrique tentaram refazer essas ligações internacionais para aproveitar as oportunidades. O Lula inicialmente também. Mas, depois o Lula teve a brilhante ideia de nacionalizar o pré-sal. Imaginava-se que os royalties dele resolveriam os problemas do País. A aposta vai no mesmo sentido do que fez o Geisel, para apostar no que está aqui dentro é muito melhor do que manter a integração com os demais países. À parte a corrupção e outros problemas, esse erro estratégico de Lula, aprovado pelo Congresso e por empresários, resultou nessa recessão recente. Foi, portanto, uma segunda aposta perdida contra a globalização. Se pensarmos ao longo do período de que esse livro trata (o de Caldeira), 520 anos, o Brasil tem cerca de 400 bons anos. Portanto, não é o fim do mundo. O que há com nossas fases ruins, que somam 120 anos, é tratar uma peculiaridade local como se fosse boa para o universo. O Brasil não é o centro do mundo. Quando o Brasil deixar de olhar para o resto do mundo, oportunidades são perdidas”. Os comentários acima vieram no texto final de Naief, com as suas palavras, na integra, reunidas em um só parágrafo. 

O assunto aqui é colocado para discussão em sala de aula com os alunos.

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