18/10/2017 - ABANDONO ESCOLAR NO NÍVEL MÉDIO




O Plano Nacional de Educação de 2016 admite que praticamente exista a universalização do Ensino Fundamental. Até os 14 anos, o brasileiro completa o Ensino Fundamental. Na passagem para o Ensino Médio é que se dá o grande abandono dos estudos. Pesquisa divulgada pelo INSPER, organizada pela Fundação Brava, Instituto Unibanco e Instituto Ayrton Senna, chegou a principal conclusão de que quase 3 milhões (30%) de jovens ficam fora da escola por ano. No Brasil existem cerca de 10 milhões de jovens na idade de 15 a 17 anos. Para este grupo todo ano a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realiza o teste PISA, envolvendo questões de matemática, língua pátria e ciências. A classificação brasileira tem sido uma das piores entre um rol de aproximadamente 70 países. As deficiências do estudante no nível médio vêm de um mau Ensino Fundamental realizado. Do total dos 10 milhões citados, 1,5 milhão sequer se matriculam. Os outros 1,5 milhão vão abandonar a escola ou serão reprovados. As conclusões da pesquisa citada revelam que os jovens de 17 anos fora da escola cresceram de 34% para 39,8%, de 2015 para 2016. O Brasil está na contramão do que recomenda a UNESCO, para reduzir o contingente em referência.

O relatório revela 14 principais razões para haver o referido desengajamento. As principais razões estão associadas à pobreza e a dificuldade de acesso, tal como a falta de escolas na comunidade ou a falta de recursos para o transporte escolar. Há motivos quanto à inadequação do currículo escolar, da baixa qualidade dos serviços oferecidos pela escola. O coordenador da pesquisa pelo INSPER, economista Ricardo Paes de Barros, revelou que “é necessário ampliar o leque de atrativos para os jovens, que estão em vias de redução do engajamento, como cursos profissionalizantes, práticas esportivas e artísticas, atividades de contraturno, flexibilização curricular com trilhas dentro do ensino regular”.

No ano passado foi aprovada a reforma do ensino médio. Porém, a sua implantação se dará paulatinamente em oito anos. Até lá, espera-se que  o gargalo do ensino médio desaparecerá.

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