20/03/2017 - MEDIÇÃO DO PROGRESSO
Um conjunto das maiores polêmicas da teoria econômica é de
como medir o progresso. Desde, pelo menos, os anos de 1930, quando Wassily
Leontief, economista russo, ganhador de um prêmio Nobel de Economia, imigrou
para os Estados Unidos, serviu-se de um computador mecânico para medir o Produto
Nacional Bruto (PNB). A primeira polêmica é por que no mundo desenvolvido se
calcula o PNB e no Brasil o Produto Interno Bruto (PIB)? Lá se calcula o PNB
por que ele é maior, da mesma forma que aqui se calcula o PIB. A segunda
polêmica é por que o progresso é medido pela ONU, Banco Mundial, FMI pela renda
per capita? A renda ou produto per capita é uma média aritmética, que é
fortemente influenciada pelos extremos. Ou seja, o produto interno bruto
dividido pela população total. Deveria ser pela mediana da renda global, que é
a melhor medida de tendência central. Mais uma vez, a renda per capita dos
países ricos é bem distribuída e o produto per capita é uma boa representação.
Já nos países pobres acontece o inverso. A terceira polêmica é de se não existe
melhor indicador? Existe, sim. Já é praticado desde 1971. Trata-se do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), indicador ponderado dos anos de educação dos
cidadãos, expectativa de vida e renda. A quarta polêmica vem dos
ambientalistas, que querem alterar o PIB, incluindo no seu cálculo a degradação
ambiental, que ingressa no processo produtivo. No livro Trópicos Utópicos, o
economista Eduardo Gianetti da Fonseca, refere-se principalmente às tecnologias
poluentes, que são mais fáceis e baratas de serem usadas, em detrimento das
técnicas sustentáveis. De alguma forma ele defende que a devastação ou renovação
seja incluída no PIB. A quinta polêmica diz respeito por que o PIB não inclui o
mundo digital? Como exemplos estão fora da conta o UBER, o AIRBNB, a AMAZON,
dentre outros. Na visão de Alvin e Heidy
Toffler, em seu livro Riqueza Revolucionária, o PIB capta bem a primeira onda
de progresso, pela agropecuária; também, a segunda onda, desde a revolução
industrial; pouco capta da terceira onda, a economia do conhecimento.
Muito embora as polêmicas sejam sempre bem vindas. No curso
da história o PIB é o mais referenciado entre os prováveis indicadores, embora
insuficiente. Além do mais, cada qual no seu cada qual. O PIB mede produção de
bens e serviços. Os outros indicadores são muito importantes, tal como o IDH,
mas, na maioria, são indicadores compostos de outros indicadores.
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