02/03/2017 - EQUIPE ECONÔMICA ENXERGA RETOMADA
A fase do ciclo de longa baixa do PIB é enxergada pela equipe
econômica como ter agora começado, neste primeiro trimestre. Houve uma série de
fatores da longa gangorra desta década e da década anterior. Na década passada a
economia foi pró-cíclica. Depois do Plano Real, de 1994, que estabilizou o
ambiente de negócios brasileiros, iniciaram-se as bases para o crescimento,
interpretado pelo tripé: superávit primário, para pagar os juros da dívida;
inflação próxima da meta de 4,5% e câmbio flutuante. Assim, FHC (de 1995 a
2002) obteve crescimento médio do PIB de 2,3% anuais. Lula (2003 a 2010), de 4%
anuais. Nos anos incompletos de Dilma (2011 a 2016), de 0,25% anuais. A
economia emborcou em 2014, quando apresentou déficit primário de R$32 bilhões,
sem praticamente crescimento, de 0,1%, retraindo a confiança dos investidores e
dos consumidores. Em 2014 também se iniciou as investigações da operação Lava
Jato, descobrindo o maior esquema de corrupção já visto, estendido para a área
financeira e o setor elétrico.
A recessão se instalou desde o segundo trimestre de 2014,
dando sequência a nove trimestres de queda do PIB. O déficit primário de 2015
foi de R$114,7 bilhões. O de 2016 alcançou R$163,9 bilhões. O previsto pelo
orçamento de 2017 é de R$139 bilhões. Até poucas semanas atrás, a equipe
econômica previa bloquear, no dia 22 de março, R$50 bilhões, por frustrações de
receitas. Porém, a arrecadação há alguns meses caiu a taxas decrescentes e se
espera melhoras para fevereiro. Agora, a estimativa de bloqueio é de R$30
bilhões. Em agosto, a estimativa oficial era de incremento do PIB de 1% para
2017. O mercado financeiro veio reduzindo a previsão até 0,5%. Extraoficialmente,
a equipe referida aguarda 0,7%. Há agentes de mercado que acreditam que poderá
ficar em 1%, mesmo. A nova aposta é de que os resultados da PEC do teto dos
gastos já vão produzir efeitos e de que o governo aprovará a reforma da
previdência, visto que tem cerca de 80% dos votos no Congresso. Entretanto, a
projeção oficial é de que o déficit primário somente será zerado em 2019. Há
nova lei a ser aprovada de repatriação de recursos, que poderá gerar receitas
extras de R$11 bilhões. A lei anterior gerou mais de R$46 bilhões. Segundo
ainda o governo, a arrecadação de impostos de certos segmentos da indústria
cresceu em fevereiro. Os sinais da retomada estão nos segmentos de alimentos,
borrachas, plásticos e papelão.
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