14/03/2017 - PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS
Em 2006 foi criada a lei das parcerias público-privadas, pela
qual seriam feitos os leilões de áreas de infraestrutura governamental, para
concessões ao setor privado. As empresas que se interessaram na área foram as
grandes empreiteiras hoje notoriamente sabidas que foram envolvidas em esquemas
de cartéis onde os desvios de dinheiro estão sendo comprovados em muitos casos,
tais como na operação Lava Jato e no setor elétrico. Ademais, os empresários de
outras áreas que participaram dos leilões acreditavam que as exigências
governamentais eram muito rígidas e não concordavam com a fixação da taxa
interna de retorno.
O que parecia ser um novo caminho frustrou muitas
iniciativas de infraestrutura. Os leilões que mais prosperaram foram na área de
exploração de petróleo e gás e na exploração de rodovias. Centenas de obras se
apresentaram e muitas estão inacabadas.
O governo de Michel Temer tem quase um ano que anunciou
mudanças de critérios das referidas parcerias. Somente agora, no próximo dia
16, haverá os leilões de quatro aeroportos. Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e
Florianópolis. O governo não está esperando grandes ágios. Conforme o
secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, novo nome das parcerias
público-privadas, Adalberto Vasconcelos: “O sucesso não é um ágio grande. O
sucesso é ter a iniciativa privada prestando um bom serviço e tendo
sustentabilidade durante o período de execução do contrato. A expectativa é de
que haja concorrência para todos os aeroportos. Vários interessados nos
procuraram estrangeiros e nacionais, principalmente grandes operadores
aeroportuários. O nosso termômetro é a procura dos investidores. Nos editais
antigos, eventual ágio era diluído ao longo da execução do contrato. Isso
inviabiliza a execução do contrato, por isso temos vários aeroportos em
dificuldades. O plano econômico deles não foi feito para suportar todo o ágio”.
Assim, pelo menos três grandes interessados internacionais
concorreram e nenhuma construtora. Frankfurt Airport Services, empresa alemã
que explora 14 aeroportos pelo mundo. Vinci Airport, grupo francês que opera 35
aeroportos mundiais. Corporación America, grupo argentino, que opera 53
aeroportos na América Latina e Europa. No Brasil, o referido grupo já
administra os aeroportos de Brasília e Natal.
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