19/03/2017 - OPERAÇÃO CARNE FRACA
A maior investigação, entre as centenas que existem na
Polícia Federal, foi tornada pública há dois dias, envolvendo 1.100 policiais,
recebeu o nome de Operação Carne Fraca. A deflagração operacional se deu para
desarticular organização criminosa, liderada por fiscais agropecuários federais
e empresários do agronegócio. A ação se desenrola em seis Estados, SP, PR, SC,
RS, MG, GO e no DF. As irregularidades se sintetizam na reembalagem de comida
estragada, uso de substâncias cancerígenas para maquiar produtos vencidos e
mistura de papelão nas salsichas. Envolvidas também duas empresas gigantes do
setor, a JBS e a BRF, que irão receber duros golpes nas suas exportações.
Todavia, a maior afetação se dá na imagem brasileira no exterior, podendo levar
à imposição de barreiras fitossanitárias, com graves prejuízos ao País. O
embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho, declarou: “uma medida
mais drástica seria a suspensão das importações de carne, caso seja a conclusão
que não podemos confiar no sistema de certificação brasileiro”. A União
Europeia irá se reunir amanhã para decidir sobre o assunto. A Europa somente
importa carnes de boi e de frango. A de suíno está proibida.
Por oportuno, o Brasil é o maior exportador mundial de carne
bovina e de frango, além de ocupar o quarto lugar nos embarques de suínos. No
conjunto das exportações brasileiras, as três carnes correspondem a 7,2%. Em
2016 foram US$11,6 bilhões. Hoje, à tarde, às 14 horas, o presidente da
República terá reunião com o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o maior
produtor de soja nacional, que afastou mais de 30 burocratas do seu ministério,
com representantes do agronegócio. Terá de ser tirada uma posição de defesa. O
fato é que, colocando a nu, está mais um fato da imensa corrupção que assola o
País. Claro, que deverá ser corrigido, no momento em que o País quer voltar a
crescer seu PIB. A Change.org está organizando petição, para o Ministério da
Agricultura aplicar multas pesadas e fechar frigoríficos. Dos 33 funcionários
identificados só 4 foram demitidos; das 21 fábricas de carne suspeitas de
venderem produtos vencidos só 3 foram lacradas. Enfim, a população espera
explicações e apuração de responsabilidades.
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