17/03/2017 - EMPREGO FORMAL MELHOROU



Em fevereiro o emprego formal melhorou. Mas, o indicador do desemprego ainda crescerá. Por que ainda haverá a contradição? O fato é que o emprego formal é medido por pessoas que tem carteira de trabalho assinada pelo empresário, recolhendo todos os encargos sociais. Porém, o índice de desemprego contempla também pessoas sem carteira de trabalho assinada e por pessoas que não estavam procurando emprego. Logo, as estatísticas da formalidade estão no Ministério do Trabalho, pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), enquanto as do emprego como um todo (formal mais informal) são do IBGE feitos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD-CONTÍNUA), contemplando 3.500 municípios. Os desempregados no Brasil são cerca de 13 milhões da população economicamente ativa, mais 10 milhões de pessoas em subemprego, aquelas que trabalham menos horas e fazem trabalho por tarefa (o chamado “bico”).

Assim, as contratações com carteira assinada superaram as demissões pela primeira vez desde 2015. Há 22 meses (março de 2015). O Brasil gerou de forma líquida 35,6 mil empregos em fevereiro. A lata foi puxada pelo setor de serviços, seguida pela indústria de transformação. No entanto, a indústria da construção civil e o comércio recuaram. Trata-se de recuperação de um tombo recorde de quase 3 milhões de desempregados no período. O governo esperava a melhora da formalidade em maio vindouro. A surpresa fez Michel Temer, ser o primeiro presidente a anunciar dados do CAGED, direto do Palácio do Planalto.

Somado ao anúncio, Michel Temer também comemorou o fato de que os quatro grandes aeroportos colocados em leilão foram arrematados, por R$3,7 bilhões. O ágio foi de 23%. A concessão foi por 30 anos, sendo de 25 anos a concessão do aeroporto de Porto Alegre. As empresas que fizeram lances são internacionais e de larga experiência mundial. Na privatização dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre se teve a melhor notícia do dia, que foi o abandono do modelo espúrio, que unia empreiteiros, bancos oficiais e fundos de pensão. Ontem, a agência internacional de risco Moody’s acenou com a possibilidade de em futuro próximo fazer o Brasil readquirir o grau de investimento, visto que parecem terem sido estabilizados os fundamentos da economia brasileira. Considerando ainda que a inflação está declinante, de que a taxa básica de juros tende a cair mais e de que as reformas tanto macroeconômicas como microeconômicas estão em pauta, os ventos são de recuperação, ainda que de forma lenta.

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