11/03/2017 - FGTS LIBERA CONTAS INATIVAS




Começou ontem a liberação de valores de reais das contas inativas dos cidadãos que as têm bloqueadas, saques de depósitos até 31-12-2015, tendo em vista decisão governamental, para dar uma puxada na economia. Os valores em depósito na Caixa Econômica Federal, em tese, ficaram sem destinação, podendo agora ser usados em consumo, importações, pagamento de dívidas e aplicações em investimentos. Em princípio, R$40 bilhões poderão ser sacados paulatinamente. Primeiro, do dia 10 deste mês, em diante, 4,8 milhões de brasileiros, nascidos em janeiro e fevereiro vão poder sacar os valores, que poderão chegar perto de R$7 bilhões, somente em março. Em abril, os nascidos em março poderão sacar, a partir do dia 11, e assim por diante. Se o Brasil tivesse um mercado de capitais em que houvesse menos especulação e mais elevação da capacidade produtiva ou uso da capacidade ociosa, o dinheiro seria bem canalizado para inversões e em novos produtos. No entanto, o varejo está ávido em catar referido dinheiro, mediante promoções de vendas para desovar estoques encalhados. Descontos de até 70% e pagamentos em até vinte vezes no cartão de crédito. Grandes redes varejistas começaram a praticar o citado, sobretudo no segmento de eletros. Ademais, eles pretendem fazer negociações de dívidas com descontos de até 90% para inadimplentes, facilitando que eles façam mais consumo. As tentações do consumo sempre atraíram muito os brasileiros, que tem conhecida baixa capacidade de poupança. No atual momento recessivo, a taxa global de poupança está por volta de 15%. Com esta taxa dificilmente o Brasil chegará a ser um país desenvolvido. Para o País voltar a crescer, ela tem que se aproximar de 20%. Se quiser crescer mais, bem acima de 20%. Países que estão tendo bom crescimento, tal como a China, que o tem fazem décadas, a taxa de poupança aproxima-se de 40%.

Tem-se acima definido o que se chama em teoria econômica do “paradoxo de poupança”. Ou seja, se as famílias gastam mais em consumo do que as empresas fazem investimentos, havendo uma simbiose entre indivíduos e firmas, a economia não cresce muito. No limite, do esgotamento do consumo e do elevado grau de endividamento, os consumidores se retraem e as empresas não fazem novas inversões, como acontece no Brasil dos últimos três anos. Portanto, a dinâmica da economia é puxada por fazer evoluir a confiança dos consumidores e dos investidores.

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