05/03/2017 - CIRCUITOS ECONÔMICOS
A teoria demonstra que o circuito econômico primário é
composto de oferta agregada (PIB e importações) se equivalendo à demanda
agregada (consumo das famílias, investimentos privados, gastos do governo,
exportações). Conjuntos dos compostos são derivados, diferenciados e
integrados. Quem puxa, tanto para cima como para baixo é a demanda agregada.
Ou, como Keynes se referia, a demanda efetiva. Logo, em ciclos diferenciados, o
investimento privado puxou o dinamismo, associado principalmente ao capital
estrangeiro, de 1949 a 1979. Época na qual o País cresceu em média 6% anuais.
De 1980 a 1994 veio o marasmo. A inflação voltou mais forte do que nunca e a
caminho da hiperinflação, como de fato aconteceu de 1989 a 1992. Afastamento de
Collor, advento do Plano Real. A estabilidade da moeda preparou nova fase de
crescimento. Porém, puxado pelo consumo, associado principalmente ao seu
crédito. A distância entre consumo e investimento ficou forte, do final do
século para este século. O governo turbinou seus gastos neste século. A
corrente deu para trás. A recessão se instalou desde 2014 e teima em não acabar
neste início de 2017. “O que fazer”? Pergunta clássica de Lênin. Resposta dele:
“Duas táticas”. “Um passo atrás, dois na frente”. Em sentido figurado. Correto.
O problema é como voltar a dar os “dois” na frente. Lênin também dizia que o
poder da Rússia estava em gerar energia e na resolução das necessidades
básicas. Também correto. Incorreto foi forçar a economia para o ponto G, de
governo, centralizador e definidor da economia.
Keynes mostrou que o agregado dos gastos do governo trazia os
investimentos em infraestrutura. Porém, estes são multiplicadores. São os
investimentos os aceleradores. Schumpeter apresentou o caminho da inovação.
Mas, o setor externo fica como? No particular o Brasil sempre teve uma economia
doméstica muitas vezes maior do que a participação internacional. A puxada
nunca foi por ali.
Em vista do exposto, a puxada é pela atração de novos
investimentos, privados locais e internacionais. Porém, a casa tem de estar em
ordem. O fantasma da corrupção tem que ser contido, pelos contratos de
compliance. As instituições tem que serem mais severas. Vale dizer, as punições
serem maiores. A confiança só voltará se houveram regras claras de
desenvolvimento dos circuitos econômicos.
Ler o artigo de Samuel Pessôa, na Folha de hoje.
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