31/01/2017 - CONTAS DO GOVERNO FEDERAL
No último dia de janeiro de 2007, há dez anos, o título era
“Mais contra do que a favor”. A grande imprensa tinha como notícia dominante o
PAC, desde o dia 22, mediante mais notícias contra do que a favor. O fato é que,
no seu segundo mandato, a política econômica de Lula deixou de ser ortodoxa. Lula
adotou uma posição intervencionista e obteve bons resultados, expressos no PIB,
acima de 4% ao ano, em média, de 2007 a 2010. Porém, também, exagerou na
estatização da economia e na proliferação da corrupção. Dilma iria pagar pelos
excessos dele e, maiores excessos dela, principalmente de gastos públicos, sem
autorização do Congresso. Em 2014 houve o primeiro déficit primário, depois de
18 anos, de mais de R$30 bilhões. Em 2015, novo déficit primário de R$114,7
bilhões. Ontem, foi divulgado novo déficit do governo federal de R$154,3
bilhões. Para este ano, o teto de déficit público aprovado é de R$139 bilhões.
Como principal e pior consequência é que a dívida pública saltou 11,4%, contra
uma recessão de – 3,5% do PIB. Do déficit de 2016 de R$154,2 bilhões, o déficit
da previdência alcançou R$149,7 bilhões. Ademais, os déficits previdenciários
dos servidores públicos e militares chegaram a R$78,5 bilhões. No contexto
previdenciário, a renúncia fiscal alcançou R$43 bilhões, atendendo a interesses
de igrejas, pequenos empresários e do agronegócio. No Congresso não passará fim
dela. A receita líquida caiu 4,1%, em relação a 2015. Bem maior do que a queda
do PIB estimada em – 3,5%. Só não foi maior a citada queda por causa do
ingresso de multas e impostos sobre a repatriação de recursos do exterior.
Quando incluídos os déficits dos governos estaduais e municipais o déficit
consolidado do setor público se elevou para R$163,9 bilhões. Segundo o governo,
dentro da margem prudencial, visto que estava aprovado pelo Congresso um
déficit primário de até R$170,5 bilhões.
Em vídeo, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ontem, comemorou
o fato. Acreditando que o governo já está desfazendo o nó dos déficits
crescentes, haja a vista a aprovação da lei dos tetos de gastos, a vigorar a
partir deste ano. Além do mais, conforme o ministro, perante inflação em queda
há mais de um ano, os juros começaram a baixar bem, o que poderá logo trazer a
recessão para o fim. Sem euforia, acredita que a retomada será lenta.
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