13/01/2017 - CONDIÇÕES PARA REVERTER A RECESSÃO




Há dez anos, em 13-01-2007, o artigo da coluna tinha como título Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), nome de investimento bruto de um país. Naquela época se estava comemorando ter-se chegado a 20% da FBCF, em 2006, vendo a evolução, desde 1999, de 18,9%, para 20,0%. Parecem pouco só 1,10% a mais. Mas, não, trata-se de 5,82%. A taxa de poupança naquela época era de 18%, completado com 2% de poupança externa. Dez anos depois, a taxa de poupança está próxima de 15% do PIB. A queda foi de 25% do desejável 20% da década passada. Na década de 1970, o binômio poupança-investimento beirou 25%. Naquele momento, o País cresceu mais de 10% ao ano. Atualmente, a recordista China supera 40% de poupança. Na Índia são 30%. No Japão é mais do que isso. A Rússia economiza 25%. Chile e México, 20% cada. No Brasil a tradição é de governo gastador e pouco investidor. A maioria dos brasileiros prefere a satisfação presente à segurança futura. O Banco Mundial pesquisou que 28% dos nacionais declararam ter guardado algum dinheiro nos últimos doze meses. Entre cerca de 200 países, o Brasil ocupou o 143º lugar.

No caldo de cultura, a teoria econômica é bem clara. Se a inflação sobe, a SELIC sobe para combatê-la. O crescimento cai e pode ser recessivo. O inverso é verdadeiro. A inflação de 2016 caiu para 6,29%, em relação aos 10,67% de 2015. A SELIC caiu 0,25% em outubro, 0,25% em novembro, 0,75% agora em janeiro. Parecem começarem serem dadas as condições para o PIB subir a ladeira negativa da recessão, em busca do crescimento neste exercício. Desde a estabilidade monetária de 1994, do Plano Real, a política econômica se mostrou eficaz. FHC fez a lição de casa com muitas dificuldades, devido aos problemas financeiros externos, de ataques especulativos à moeda do México, dos Tigres Asiáticos, da Rússia, dentre outros até ao Brasil em 1999. No geral, manteve-se o sistema de metas inflacionárias. Lula cumpriu ainda melhor o referido sistema. Dilma se equivocou bastante com a SELIC, desorganizando a economia, impondo derrotas às contas nacionais, mediante déficits primários e desvalorizações cambiais. Emitiu decretos não autorizados de gastos e foi afastada definitivamente pelo Congresso. Temer está no sentido correto da economia monetária. Porém, faltam medidas de educação financeira e as reformas econômicas, micro e macro, para reerguer a economia brasileira.

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