19/01/2017 - RESTAURANDO LENTA CONFIANÇA




No dia 19-01-2007, no retrospecto de dez anos, o artigo se intitulava por Quatro Cenários com Doze Indicadores. A grande meta era a de maiores taxas o crescimento, acima de 4%. Hoje, os cenários que se fazem são os de sair do fundo do poço (de menos de 3,5% do PIB de 2016) neste primeiro semestre e de crescer no próximo.

Situação inédita a atual, tendo a economia brasileira recuado nove trimestres seguidos. O PIB acumula queda superior a 8%, desde o primeiro trimestre de 2014, além de recuo de 10% da renda per capita, tem-se também o setor público com o endividamento sobre o PIB disparado, da casa de 50%, para a casa dos 70%. A principal forma de combate está na fixação de um limite dos gastos públicos, a partir deste ano e para os próximos vinte. Na reunião de Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sentiu, por parte dos grandes capitalistas mundiais, uma confiança externa na recuperação econômica brasileira. Segundo Meirelles, o capital internacional também está vendo com bons olhos a refinanciamento de dívidas das empresas (mais um REFIS), visto que o novo programa não estimula a sonegação de impostos, como apontam críticos da medida. Tampouco, tem desconto de multa ou juros, ajudando as empresas em dificuldades. A expectativa com o novo programa do REFIS é de um ingresso de R$10 bilhões. Está ainda em cogitação nova lei de repatriação, dado que a de 2016 arrecadou R$46 bilhões. Isso possibilitou a economistas da Fundação Getúlio Vargas projetar uma queda da arrecadação de 2,8% contra uma retração do PIB de 3,5% em 2016. O capital externo também está atento aos leilões das obras de infraestrutura. Ademais, acreditam serem positivas as reformas da previdência social e a trabalhista.

Mais um membro do Conselho Monetário Nacional (os outros dois são o Ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central), o Ministro do Planejamento, Diogo Oliveira, antecipou que o governo irá oferecer “todos” os serviços públicos em uma plataforma online, para reduzir custos. Será a reforma da gestão publica, para melhorar o atendimento à população e reduzir os custos com a máquina governamental, inclusive de pessoal. A meta é buscar a economia semelhante à resultante da prática da digitalização em outros países. O custo estimado é de queda de 5% hoje. Por seu turno, o presidente da República afirmou ontem que a reformulação da macroeconomia não produz efeitos em curto prazo e que a redução do desemprego só acontecerá no segundo semestre.

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