04/01/2017 - POLÍTICA FISCAL REVISITADA
No dia 04-01-2007, como possível há introdução à teoria
econômica. No caso à política fiscal como um dos seus pilares, ao lado da
política monetária e da política cambial. Naquela época o governo praticava
superávit primário de 4,4% do PIB, muito mais do que era considerado bom, desde
1999, quando se definiu o tripé das três políticas econômicas equilibradas,
sendo o número de 3% de superávit. O superávit primário é definido para pagar
juros. Além disso, o déficit nominal, isto é, o valor que teria de ser rolado
de principal da dívida pública do PIB era factível em torno de 2,5% do PIB
(lembrar que déficit nominal inclui resultado primário). Neste ano de 2017, o
orçamento aprovado prevê déficit primário, pelo terceiro ano consecutivo, por
volta de 2% do PIB. O déficit nominal está próximo de 10%. A dívida publica era
de 50% do PIB. Hoje está próxima de 70%. Como se vê naquela época a contabilidade
pública estava equacionada. Hoje em dia desequilibrada, desde 2014, havendo
forte recessão há mais de dois anos. Naquela época o crescimento do PIB estava
por volta de 5% do PIB. No ano passado houve recessão de – 3,8% e neste ano é
esperada de – 3,5%.
O ex-presidente Lula começava seu segundo mandato, acenando
com um plano de infraestrutura, mediante desoneração tributária e parcerias
público-privadas. A Petrobras caminhava para a autossuficiência da produção de
petróleo e estava sendo anunciada a descoberta das reservas de petróleo da
camada do pré-sal. A economia internacional ia muito bem e havia o boom das
commodities. Otimismo, base aliada unida, desemprego em baixa e alta
popularidade do presidente, que passou incólume pelo “mensalão”. Lula era
festejado internacionalmente por reduzir a pobreza.
Dez anos depois, no momento da gestão de Michel Temer, as
dificuldades são imensas. Há muitas reformas estruturais a serem feitas. Temer
somente conseguiu aprovar uma delas, a PEC do teto dos gastos. As demais
precisam de base política de sustentação, que apresenta divergências para as
demais reformas. Por isso, elas caminham devagar, bem como aquelas
microeconômicas, as quais dependem muito mais da sua gestão. Conforme já se
explicou aqui, o tripé econômico, de meta de inflação, câmbio flutuante e
superávit fiscal, ainda não puderam ser restabelecidos, por que ainda haverá
grande déficit primário, previsto na lei orçamentária, de R$139 bilhões, em
2017, além de existir praticamente R$166 bilhões de “restos a pagar”. Portanto,
as contas ainda estão deterioradas, sendo corrigidas de forma devagar e a
recuperação da economia prevista para recomeçar no segundo semestre deste ano.
Comentários
Postar um comentário