21/01/2017 - INFLAÇÃO MAIS BAIXA EM 23 ANOS

No retrospecto de dez anos, o que tem ocorrido desde o dia primeiro deste mês, o título foi “Brasil está no 23º lugar no ranking da propina”, conforme a ONG Transparência Internacional, ao examinar 125 países, mas classificando somente 30, como a pior classificação. Muita coisa mudou. Para pior. A corrupção cresceu muito e as suas investigações foram aos seus encalços. Devido à visibilidade nacional e internacional, escândalos absurdos, tais como o “mensalão” e a operação Lava Jato, fizeram o Fórum Econômico Mundial colocar o Brasil em quarto lugar, somente atrás do Chad, Bolívia e Venezuela. O clímax negativo se deu neste mês, em investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ao investigar empresas de capital aberto, negociadas em bolsas de valores. Em seu terceiro relatório, a Comissão de Valores Mobiliários de lá, o Brasil tomou a dianteira, perante 19 inquéritos, ocupando o lugar da China, com 17 inquéritos, que tinha sido primeiro lugar nos dois relatórios anteriores. A “chapa está quente”, haja vista que morreu o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavasky, de acidente aéreo, justamente ele que era o indicado para promover a ação penal da operação Lava Jato. Referida operação é tão gigante, que, em menos de três anos, bate inúmeros recordes de 39 empreiteiras envolvidas, empresas caudatárias, executivos delas, doleiros, centenas de políticos, dentre outros.

O assunto do dia é outro. A inflação está mais baixa, no mês de janeiro, em 23 anos. O fato é revelado pela prévia da inflação do mês, dada pelo IBGE, ao divulgar o IPCA-15, que já se tornou tradição em sinalizar, qual poderá ser o IPCA mensal, tido como inflação oficial. Em 12 meses, a taxa inflacionária ficou em 5,94%, a menor em 3 anos (março de 2014, de 5,9%), corroborando o discurso do presidente do Banco Central, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, Ilan Goldfajn, sobre cortes sucessivos de 0,75%, na taxa básica de juros, iniciada agora em janeiro. O IPCA-15, de 16-12-2016 a 15-01-2017, subiu 0,31%, acima da alta de 0,19%, de dezembro, mas no menor patamar desde janeiro de 1994, ano em que foi feita a reforma monetária do Plano Real. A inflação está desacelerando, no conjunto de preços da cesta de produtos, coletada pelo IBGE. O IPCA-15 tem a mesma metodologia do IPCA cheio de um mês. A estimativa de 5,94% da inflação anual cabe na meta inflacionária para 2017, que é de 4,5%, cujo viés foi reduzido pelo Conselho Monetário Nacional, de 2% para 1,5%, para mais ou menos.