24/01/2017 - BOLSA MAIOR ALTA EM QUASE CINCO ANOS
As previsões do mercado financeiro continuam melhorando. A
estimativa é de que a inflação oficial terminará 2017 em 4,71%. Para a taxa
básica de juros, a SELIC, a projeção é de que encerre em 9,5%. Ambas, já vem
caindo significativamente. A perspectiva da inflação é de que encerre o ano
próximo da meta de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional. A respeito da
SELIC, o mercado continua confiante de que termine o exercício em um dígito.
Depois da reunião do início do mês, na qual a taxa SELIC foi reduzida em 0,75%,
além das declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, de que
haverá outras quedas de 0,75%, o mercado está mais otimista com a recuperação
da economia brasileira. Como a bolsa de valores se antecipa aos fatos se
aproxima de 66 mil pontos, tendo a maior alta em quase cinco anos. O recorde da
bolsa brasileira foi em maio de 2008, aos 73 mil pontos. O menor aconteceu no
final daquele ano, aos 37 mil pontos, nos últimos oito anos. O dólar comercial
caiu também a R$3,16, valor que estimula as exportações, haja vista que a
balança comercial continua registrando superávit.
Para Benjamin Steinbruch, um dos grandes empresários da
indústria de aço, em seu artigo na Folha de São Paulo de hoje, intitulado
“Sobreviver”, o ideal é que a SELIC fosse logo para 10%, alegando espaço para
isso, dados os elevados juros reais praticados. Entretanto, a equipe econômica
não quer correr riscos da inflação retornar e prefere seguir mais lentamente.
A economia brasileira continua ainda andando com freio de mão
puxado e a qualquer momento poderá andar de marcha bem lenta. A longa recessão
fez cair a geração de caixa das empresas e a renda das famílias. As empresas e
os indivíduos estão preocupados em reduzir dívidas. O consumo e o investimento
estão demorando de reagir devido ao elevado grau de endividamento de 61% do
PIB, segundo o Banco BTG Pactual, quando o desejável seria de 40%. Ao final de
2016, as empresas no Brasil somavam R$3,6 trilhões em dívidas, dos quais R$500
bilhões estavam em renegociação. Mas, a taxa SELIC caindo dará melhores
condições aos endividados, por pagarem menos encargos.
Há dez anos, neste dia, o artigo se intitulava “Comentários
sobre o PAC”. A expectativa era grande. De fato, o País cresceu bem com o PAC 1
(2007-2010). Caíram as taxas do PIB no PAC 2 (2010-2014), até atingir 0,1% em
2014. O PAC 3 (2015-2018) foi abortado, visto a grave recessão de – 3,8% do PIB
em 2015 e de – 3,5% do PIB (aguardando divulgação no final de março) em 2016.
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