26/07/2016 - ZONA DE CONFORTO




Em zona de conforto, Michel Temer não quer brigar com ninguém, em mais de dois meses, nem responde às provocações. Aguarda a votação do impeachment para dizer ao que veio. Porém, na sua interinidade conseguiu plantar um clima de estabilidade na política e na economia, os quais contribuem para a sua permanência no poder. Esse tem sido o motivo para não ter apresentado as propostas de crescimento da economia até agora. Emplacou Rodrigo Maia (DEM) como presidente da Câmara, seu aliado. No Senado, Renan Calheiros (PMDB) admite que irá colaborar com a colocação de anteprojetos de interesse de recobro econômico. No entanto, o Congresso entrou de férias e só retornará em agosto. Contudo, o presidente interino sancionou reajustes salariais para servidores públicos. Reajustou o benefício do Programa Bolsa Família em mais de 12%, quando a presidente Dilma tinha proposto 9%. Elevou o número de bolsas do FIES. Ampliou os financiamentos da Caixa Econômica Federal para a compra de imóveis. Não cortou do orçamento as famosas emendas dos parlamentares. Tem nomeado pessoas comprometidas com a base aliada. Abriu as portas do Planalto a empresários dispostos a propor parcerias público-privadas. Porém, as urgentes necessidades do País ficam na fila de espera, enquanto as conveniências políticas se resolvem. A sua bandeira empunhada é de que nomeou uma equipe econômica competente, formada de profissionais com atuação na iniciativa privada e no governo. Referida equipe a cada dia detalha como poderão ser os anteprojetos das reformas. Elegeu o combate à inflação e à redução do desemprego para retomar o crescimento. As reformas a serem propostas acontecerão depois da votação do processo de impeachment. Relembre-se que 61 dos 81 senadores votaram a favor do citado processo. Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, afirma que hoje há 63 votos.

Até agora os sinais de retomada são relativos à confiança dos agentes econômicos, que cresce entre os capitalistas, conforme tem revelado as Confederações Nacionais da Agricultura, da Indústria e do Comércio, bem como entre os consumidores, cujo índice de confiança, medido pela Fundação Getúlio Vargas, estava em 64,9, em dezembro de 2015, passando para 71,3, em junho de 2016. Por seu turno, o saldo comercial das exportações menos as importações, que fora US$7,9 bilhões em 2010; US$7,1 bilhões em 2012; - US$2,5 bilhões em 2014; para US$23,7 bilhões, projetado para 2016. Vive-se no compasso de espera, entre se foi atingido realmente o fundo do poço ou se começou lentamente a retomada da economia nacional. Isto porque as estatísticas ainda não são suficientes para indicar o recobro.

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