10/07/2016 - ELEVAÇÃO DE RISCOS CARDIOVASCULARES
Pesquisa de elevadas proporções
sobre riscos cardiovasculares, a que se refere o editorial da Folha de São
Paulo, de ontem, batizado por ERICA - Estudo de Riscos Cardiovasculares em
Adolescentes, foi realizada pelo Ministério da Saúde, avaliando 75 mil
estudantes, na faixa de 12 a 17 anos, de escolas públicas e privadas, em
cidades com mais de 10 mil habitantes, cujos resultados estão sendo
apresentados de forma fracionada. A primeira revelação é de que os referidos
estudantes seguem uma dieta pobre de nutrientes, com excessos de açúcar e
gordura, os quais trazem os problemas do sobrepeso e da obesidade. O que se
confirma é que na base da pirâmide alimentar dos jovens está o feijão, com 82%
das preferências, além do arroz, com 68%. Em seguida, em sexto lugar do consumo
deles vêm os refrigerantes (45%), acompanhados por doces (33%). As frutas
sequer figuram entre os 20 itens de consumo. Em conclusões preliminares, 17%
dos adolescentes se apresentam acima do peso, enquanto 8,5% são obesos, no
total de 25,5%. O que é grave, visto que as pessoas costumam engordar com a
idade e dificilmente perdem peso. Há a comprovada escala de peso crescente,
conforme a idade. Ademais, 100% dos pesquisados ingerem vitamina E, bem como
cálcio, abaixo dos níveis recomendados.
O segundo estudo citado pelo
jornal é da pesquisa Vigitel, realizada com mais de 50 mil pessoas acima de 18
anos, que vivem nas capitais, onde a parcela de obesos é de 19%, contra 12% em
2006, além de o sobrepeso ser de 54,4% dos adultos, contra 43% em 2006. O viés,
portanto é de grande alta de continuidade. Em consequência, está havendo uma
queda da qualidade de vida dos brasileiros, embora esteja se elevando a
expectativa de vida, hoje acima de 75 anos. Logo, nas idades que se avançarão
após a adolescência as doenças serão mais frequentes e os respectivos custos
com a saúde serão crescentes. O Sistema Único de Saúde gastou em 2015 R$460
milhões com prevenções de doenças cardiovasculares, relativos principalmente a
diabetes, hipertensão e cirurgias bariátricas.
O governo da União gasta tanto
com propaganda, mas não se vê nenhuma ainda com a conscientização de que os
54,4% de sobrepeso e os 19% de obesos, no total de 73,4% de cidadãos precisam
se cuidar, alterando hábitos alimentares e praticando atividades físicas. As
questões todas envolvem ações educativas e atividades proativas dos que se
encontram na citada situação.
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