06/07/2016 - B0LETIM FOCUS SINALIZOU LENTA MELHORA



Depois de seis semanas consecutivas em alta, observa-se que a projeção média das instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), foi levemente reduzida ao passar de 7,29% para 7,27%. Para 2017, também caiu, de 5,50% para 5,43%. As previsões fazem parte de pesquisa feita toda semana pelo Banco Central e divulgada às segundas feiras. As estimativas estão longe do centro da meta de inflação de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% este ano e de 6% em 2017. Por seu turno, nesta semana melhorou também as projeções para o PIB. A projeção passou de – 3,44% para – 3,35% para este ano. O Boletim Focus vem nessa de lenta melhora, até porque a “nova” política econômica somente será exposta se o presidente interino se tornar efetivo.

Segundo a Boa Vista SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, de janeiro a junho de 2016, um total de 1.098 empresas quebraram no Brasil em decorrência dos efeitos da recessão. O número representa uma elevação de 26,5% sobre o total de empresas que pediram falência no primeiro semestre do ano passado. No referido semestre ainda não tinha a recessão sido agravada como foi neste primeiro semestre. A venda de veículos novos também caiu 25% de janeiro a junho de 2016, pelo mesmo motivo. Porém, há indícios de que os resultados do segundo semestre serão bem melhores.

O câmbio favorável neste ano estimulou as exportações, a balança comercial do primeiro semestre registrou superávit de US$23,6 bilhões, isto principalmente por operações de swap do Banco Central (BC). Mas, a recente valorização do real deixou o BC com US$60 bilhões de contratos da espécie. De R$3,21, o BC passou a realizar swap cambial reverso e o dólar voltou ontem a R$3,30. O drama da indústria exportadora continua e a indústria como um todo está com 35% de ociosidade.

Ontem, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles se referiu a que estuda fazer um corte estrutural nas despesas públicas, as quais são as “medidas impopulares”, que Michel Temer se referiu em reunião com empresários do agronegócio há dois dias. Elas serão anunciadas depois da votação do impeachment, mas já são divulgadas pela FSP de hoje, como exemplos seriam as elevações da CIDE e do IOF; corte de 30 mil beneficiários do Programa Bolsa Família, que são empresários; pente fino em 880 mil que recebem o auxílio doença há dois anos ou mais. Do lado das receitas, além de contar com aprovação da lei dos jogos de azar, só precisa anunciar elevação de tributos no final de agosto, quando remeterá a proposta do orçamento de 2017. Para hoje está previsto anuncio de déficit fiscal de 2017. Terá coragem de anunciar que o rombo fiscal continuará? Sem dúvida, até a referida votação acima, ficará Temer na política econômica do “stop and go”. Portanto, as sinalizações continuam na lentidão.

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