11/07/2016 - DE PAÍS JOVEM A MADURO
Mais 30 anos e o Brasil será um
país maduro. Nenhum país voltou a ser jovem. No ano 2.000 a população de idosos
como mais de 60 anos era de 8% dos brasileiros. Hoje, em 2016, é de 12%. Em
2030 serão 19%. Em 2050 serão mais de 30%. O País está passando pelo bônus
demográfico, quando a população economicamente ativa tem maioria no total, na
idade de 18 a 64 anos. Todo país passou por ele, mas nenhum retornou. Ao
tornar-se maduro todo país passará pelo ônus demográfico, de sustentar a sua
população de idosos. O Brasil está desde o início do século da fase do bônus,
que se expirará depois de 2030. Tem mais de uma década de aproveitá-lo. Porém,
hoje convive com a maior recessão da sua história, desde 2014. A contabilidade
nacional começou a deteriorar-se com decremento da produção do País e déficits
primários. Rombos sucessivos de 2014, 2015, 2016 e há projeção ainda de rombo
para 2017. A dívida pública não parou de crescer rapidamente, visto que os
encargos financeiros não estão sendo pagos e sim acrescentados no estoque da
dívida pública, que saltou de 56% em 2013 para 75% em 2016, ameaçando chegar a
mais 80% do PIB em 2018. O pior de tudo é que a equipe econômica ainda não faz
ideia de quando e como irá zerar o déficit fiscal, visto que projetou para este
exercício R$170,5 bilhões e R$143 bilhões para 2017.
O fundo do poço parece estar
chegando neste segundo semestre. A previsão governamental é de que em 2017 o
PIB cresça 1,2%, o que será muito pouco. Em 2018, 2019, 2020, projeta-se novo
ciclo de crescimento, se for resolvido o ajuste fiscal, que começou em 2015 e
ainda não terminou. A recuperação da renda per capita de 2013 somente
acontecerá em 2021, oito anos depois. O que aconteceu no País foi que o modelo
de crescimento da década passada não se sustentou nesta. A chamada “nova matriz
econômica” dos governos do PT desequilibraram a economia e romperam com o tripé
de controle da inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Recompô-lo é
tarefa das mais difíceis pelo governo interino. Existe muita gente que não
acredita que o fará. Os nomes da equipe econômica dizem que não. O fato é que o
país ainda jovem é apenas remediado e pouco produtivo.
A questão de fundo é a resolução
da problemática política, mediante mudança do presidente da Câmara, que poderá
dar respaldo às reformas estruturais que o Brasil precisa e que seja resolvida
a questão de quem é o presidente. Ficar com dois não mais acontecerá depois de
22 de agosto. As reformas mais importantes são a tributária, a do limite dos
gastos, já encaminhada, a trabalhista, a sindical, a dos marcos regulatórios e
a previdenciária. Já, hoje, com 12% de idosos o País gasta 10% do PIB com
previdência social.
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