15/07/2016 - PLANOS A, B, C
Enquanto o País espera a votação
final do afastamento definitivo ou não da presidente Dilma, o Ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, a quem também acena agora com a sua permanência, visto
que a presidente Dilma, em entrevista na imprensa, no dia 13, disse que não
desgosta dele. Em entrevista do dia 9 passado, ao jornal Estado de São Paulo,
Meirelles mostrou que possui um arsenal. O que Meirelles tem: o Plano A, qual
seja o de impor um limite aos gastos públicos, até a inflação do ano anterior,
além de recuperação da arrecadação (aqui há também um “mundo” de precatórios,
que poderiam servir de lastro para emissões de debêntures, cerca de R$90
bilhões e que não chegariam a engrossar a dívida pública); o Plano B, qual seja
o de reforçar o caixa com recuperações, securitIzações e vendas de ativos; o
Plano C, relativo ao aumento de tributos (aqui também se agregariam tributos
novos, tais como sobre herança, doações, sobre jogos, dentre outros criativos).
O fato é que, assumindo definitivamente, Michel Temer, o que é mais provável, a
equipe econômica fará de “tudo” para voltar a ter superávit primário, visto que
este item é fundamental para credibilidade, tanto nacional como internacional,
além de estabilizar as contas públicas.
Não ingressando em mais detalhes,
Meirelles começou outro discurso, tendo como exemplos a taxação de produtos
isentos ou de baixa taxação. Estrategicamente, deixa de falar na CPMF. Buscando
em erros fiscais, principalmente da presidente Dilma, ainda não citados e agora
revelados. Não se referiu também às desonerações em geral que existem. Mas,
citou, por exemplo, que Dilma Rousseff editou uma medida provisória em 2013,
para “desonerar” a cesta básica, visando beneficiar “a população mais pobre”,
tal como exemplos se tem salmão, bacalhau, truta e atum do Atlântico, alíquota
zero de certos tributos. Citando o salmão, Meirelles afirma que poderão ter alíquota
do PIS/COFINS elevada, hoje é zero. Segundo estimativas da receita federal, o
governo deixará de arrecadar neste ano R$18,5 bilhões por causa da desoneração
do PIS/COFINS da cesta básica. A desoneração da cesta básica ocorreu em 2004 e ampliada
ao longo dos anos, beneficiando itens como feijão, arroz, farinha de mandioca,
batata doce, milho, leite, produtos de higiene, limpeza, sabão e fio dental. As
carnes e os peixes, inclusive na forma de filé, filé mignon, miúdos de aves e
até fígado de ganso foram incluídos na lista de produtos com COFINS/PIS zero,
pela Medida Provisória 609, convertida em Lei 12.839/2013. Já, naquela época
causou polêmica, mas se minimizaram os seus efeitos. A lista de produtos com
PIS/COFINS de alíquota zero é mais antiga. Seis tipos de queijo mais comuns
estavam desonerados desde 2005. O queijo provolone entrou para referido rol em
2007 e o queijo do reino em 2012. No caso do PIS/COFINS, que são contribuições,
portanto, não dependendo de aprovação do Congresso, a relação de itens contempla
muito além da cesta básica. Portanto, há bastante espaço de impostos indiretos.
Assim, a cada dia, coelhos saem
ou colocam sua cara para fora da cartola, indícios do que poderá o ajuste ser completado
a partir do final de agosto. Plano A, B, C ...
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