22/07/2016 - POLITICA MONETÁRIA DOS JUROS




A política monetária atua de forma parecida com a rainha do jogo de xadrez: tem a maior mobilidade do que qualquer peça. No caso, do rol de política econômica. No Brasil existe o Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixa o sistema de metas da inflação anual e o Banco Central (BC), que opera no cotidiano como banco dos bancos. O BC cuida de estabelecer a base monetária, que é aquela quantidade de moeda que deve servir para a circulação dos bens e serviços, além de controlar os meios de pagamento, de forma imediata (M1), de curto prazo (M2), de médio prazo (M3) e de longo prazo (M4). Ademais cabe também ao BC ao intervir na taxa “ideal” de funcionar a economia, na formação da taxa de câmbio, comprando e vendendo moeda estrangeira, bem como disciplinando o sistema financeiro. O BC é o xerife do mercado.

Com respeito aos juros, no Brasil existe uma taxa básica chamada de SELIC. Trata-se de uma taxa média de pagamento de juros dos títulos da dívida pública, que serve de referencial para que as aplicações financeiras sejam oferecidas e demandadas em volta da SELIC. A reunião do BC, dos dias 20 e 21 deste mês, através do seu Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúnem a cada 45 dias, composto de diretores daquele órgão, poderiam tomar três decisões: manter, elevar ou baixar a taxa SELIC. Esta foi mantida pela oitava vez, desde julho de 2015. Nesse processo decisório é onde está o calcanhar de Aquiles da economia, já que seu número pode levar ao bom ou mau funcionamento do aparelho produtivo. Uma lei economicamente que dirige as decisões é de que se a taxa é alta, inibe-se a produção, porque os detentores de dinheiro preferem aplicar mais recursos no mercado financeiro, em detrimento do mercado produtivo. E, o inverso, verifica-se. Essa lei é aplicável com segurança no mundo desenvolvido. Nos países pobres e emergentes, ela tem que ser usada com cuidado, isto porque a taxa inflacionária desses últimos países geralmente é mais elevada. Portanto, a decisão tem que ser tomada com parcimônia. A SELIC visa respeitar o patamar dos juros reais da economia. Atualmente, a taxa de juros real, descontada a inflação é 1,1425 : 1,0880 = 1,1334 – 1 x100 = 13,3433%. O ganho real seria, portanto, de 4,5433%. (13,3433% - 8,8000%). Ao contrário do raciocínio simplista de tomar-se a SELIC menos a inflação, sendo o resultado de 5,4500%. A diferença entre a taxa nominal e a efetiva de 0,9067% é proporcionalmente de 19,9569%. Claro, um número muito grande em relação aos grandes agregados econômicos, tal a como a dívida pública ou o valor dos investidores de grandes somas ou de grandes fortunas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE