12/07/2016 - RECESSÃO E LAVA JATO




A relação entre a operação Lava Jato e a recessão tem sido inversa. Isto é, enquanto as investigações dos contratos das áreas de atuação da Petrobras se desdobraram em 32 fases operacionais até agora, em mais de dois anos e três meses de atuação, a recessão, que já vinha latente na mesma oportunidade de 2014, acentuou-se consideravelmente. Por que isto? Por que nunca o combate à corrupção foi implacável. Está-se acabando com um cartel de empreiteiras, que realizava um teatro de espetáculos, pelo menos, desde 1964, quando as obras públicas passaram a ter regras de superfaturamento, de propinas, de corrupção, de falcatruas, de desvios de finalidade e de transferência de riqueza dos governos e das estatais para o poderio de gigantes complexos empresariais, para bandidos, doleiros e políticos, todos de diferentes matizes, contaminando a economia nacional, tornando ineficiente o aparelho produtivo. Mas, os resultados da Lava Jato tem sido eficazes. Por exemplo, a maior empreiteira brasileira, dirigindo o complexo Odebrecht, composto de mais 300 empresas, tem o seu maior herdeiro, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano e que, em conjunto, farão delação premiada. O fato é que a Nação assustada, pagando preços muito altos, aguarda o fim do cartel. Esquemas das praticas reveladas poderão ser coibidas, detonando normas erradas de comportamento, dando nova cara ao País e criando seguro de prazo certo para as obras, sendo o que se espera. Um resumo até agora da Lava Jato se vê abaixo.

Um balanço parcial de 2 anos, 3 meses e 25 dias, apresentando 32 fases, 7 investigações, 75 réus, 56 delatores, R$2,9 bilhões recuperados, R$659 milhões repatriados, 3 acordos de leniência, resultando em 5 mudanças em leis: fim de doações de empresas para campanhas políticas; lei da responsabilidade das estatais; 10 medidas contra a corrupção; prisão após segunda instância ao confirmar a culpa; medida provisória sobre acordos de leniência.

Ao desmontar esquemas dos cartéis, a maioria dos contratos das empreiteiras foi paralisada, gerando grande desemprego e sérios prejuízos. O PIB recuou 3,8% em 2015 e se aguarda recuo de 3,3% em 2016, conforme expectativa dos analistas financeiros ouvidos pelo Banco Central semanalmente. Acredita-se que – 1% em cada ano se deveu ao desmonte dos referidos esquemas. Assim como a Lava Jato não chegou ao fim, aguardam-se os resultados da operação Zelotes, de fraudes no recolhimento de tributos federais, do início de investigações no BNDES, que beneficiou apaniguados, tanto países como empresas privilegiadas, desvios gigantescos no setor elétrico e no setor nuclear. As operações sem fim deixam um País derrotado e o sofrimento maior se reflete no desemprego crescente de 11,2%. As projeções são de que ele alcance 14% no final do ano. Um número assustador e se remete aos piores países em crise no mundo. O problema vai engrossar porque ainda não foi aberta ação penal contra cerca de 50 políticos, que estão sendo investigados em segredo, no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

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