28/06/2016 - APLICAÇÃO EFICAZ DA TEORIA DOS JOGOS
Conforme Douglas North, Prêmio Nobel de Economia, em visita
ao Brasil, ressaltou nas páginas amarelas de entrevistas da revista Veja, que um
país se torna desenvolvido com instituições sólidas e fortes. Desde a
Constituição de 1988, várias instituições se fortaleceram tais como a lei de
diretrizes e bases, a lei de responsabilidade fiscal, a lei de acesso à
informação, a lei da ficha limpa e outras conexas. Por seu turno, o Supremo
Tribunal Federal (STF) iniciou uma série de súmulas proativas, dentre as quais
se destaca aquela de que o condenado em segunda instância poderia recorrer ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) ou STF, mas na prisão. Isto começou a restringir
muito aqueles que pensam em “crime sem castigo”, na tradicional impunidade
brasileira. Outrossim, ao enquadrar em disposição na referida Constituição a
tese da teoria do fato, que consta da legislação alemã, adaptada pelo
presidente do STF, Joaquim Barbosa, levou a que 25 dos 40 denunciados no
escândalo do “mensalão” cumprissem pena em cadeia e a desmontou. Um escândalo
maior começou em março de 2014, que ainda não terminou, compondo as
investigações da operação Lava-Jato, chamado de “petrolão”. O enfoque teórico
se encontra, por exemplo, em estudos de alguns ganhadores do Prêmio Nobel de
Economia, tal como John Nash, mais famoso ainda pelo filme “Uma mente
brilhante”, teorizando também sobre os jogos e serviram para aplicações
práticas. Em 1956, estudiosos americanos descobriram que se isolasse um
prisioneiro de outro, este escolheria uma opção de culpa que lhe penalizasse
menos, mesmo que fosse inocente. O jogo é conhecido como “dilema do
prisioneiro”, que se encontra em manuais de economia. No Brasil, referida
teoria começou a ser aplicada em Curitiba, pela Polícia Federal (PF), tendo o
apoio do juiz Sérgio Moro. Dessa forma, muitas delações premiadas foram obtidas
em presídio, mediante uso do “dilema do prisioneiro”. No último caso de delação
se tem a prisão de Marcelo Odebrecht, recolhido em cela da PF, de 16 m2, onde
ele passa 22 horas do seu tempo em fazer exercícios físicos e na preparação da
sua delação premiada, que está sendo aguardada há mais de 370 dias.
Movimentos sociais tem ido às ruas para apoiar a luta contra
a corrupção, conforme projeto sobre o tema 4.859/2016, que consta de dez
medidas, originário do Ministério Público Federal de Curitiba, em atuação na
Lava-Jato. São elas: (1) prevenção à corrupção, transparência e proteção à
fonte de informação; (2) criminalização do enriquecimento ilícito de agentes
públicos; (3) aumento das penas e crime para corrupção de altos valores; (4)
aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; (5)
celeridade nas ações de improbidade administrativa; (6) reforma do sistema de
prescrição penal; (7) ajustes nas nulidades penais; (8) responsabilização dos
partidos e criminalização do “caixa dois”; (9) prisão preventiva para evitar a
dissipação do dinheiro desviado; (10) recuperação do lucro derivado do crime.
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