03/06/2016 - COMBATE À POBREZA
Há 13 anos e meio no poder, os
quatro governos do PT foram eleitos com o lema de combate à pobreza. Sem
dúvida, a maioria dos pobres, tanto aqueles que se beneficiaram como aqueles
que sonham com isso, elegeram Lula e Dilma. Só que, para manter-se no poder,
realizaram um governo de coalizão, aliança do “toma lá, dá cá” ou da oração do
São Francisco, “é dando que se recebe”, agora desfeito porque os desdobramentos
dos governos de Lula e Dilma se utilizaram de esquemas ilícitos, mediante
“mensalão”, “bndesão”, “zelotes”, “sistema elétrico” e “petrolão”, que foram
desvendados com sistemas de corrupção, alguns punidos e outros investigados, além
de discriminação dentro do grupo dos capitalistas com a escolha de “campeões
nacionais”, culminando com o estelionato eleitoral praticado por Dilma, na
campanha de 2014. Os resultados desastrosos, espelhados pelas contas nacionais,
levaram ao afastamento da presidente Dilma e a instalação do governo provisório
de Michel Temer. A síntese feita pelo Papa Francisco, relativa aos últimos 15
anos: “No Brasil os ricos ficaram mais ricos e os pobres menos pobres”. Atendo-se somente ao combate à pobreza, o
artigo de Clóvis Rossi, na Folha de São Paulo, de 22-05-2016, intitulado “O
infernal estoque de pobres”, examinou o site do Ministério do Desenvolvimento
Social, encontrando para o último período de Dilma, o foco para o Cadastro
Único para Programas Sociais, onde a última posição é de janeiro de 2015.
Assim, encontram-se três faixas de pobres focalizados: (1) dos sem renda a
R$77,00, identificados 38.919.660 pessoas; (2) de R$77,01 até R$154,00,
14.852.534 cidadãos; (3) de R$154,01 até meio salário mínimo, 19.554.985
brasileiros. No total são 73.327.179 de muito pobres, cerca de 36% dos
brasileiros. Sabe-se que o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é dirigido
para a baixa renda até três salários mínimos. Quantos? Estima-se que o governo
federal gostaria de fazer 3 milhões ou mais de habitações para os pobres. Com
quatro membros, pelo menos, mais 12 milhões de brasileiros. A propaganda
governamental é de que retirou 45 milhões da pobreza e inseriu na classe média.
Somando os citados 73 milhões, mais os da MCMV de 12 milhões, mais aqueles 45
milhões que saíram da pobreza, encontram-se cerca de 130 milhões. Ou seja, por
volta de 63% dos cidadãos. No artigo citado de Clóvis Rossi acima citado, as
estatísticas de 45 milhões de promovidos “não parece número plausível”.
É da lavra de Clóvis Rossi no referido
artigo: “Por enquanto dá para desconfiar que tenda a se perpetuar a
incapacidade de o Brasil livrar-se do aleijão de pobreza. Frei Betto, amigo e
confessor de Lula, desiludido com o governo do amigo, deu entrevista ao Valor
Econômico, em que aponta o que ocorreu nos governos petistas: ‘Investiu-se mais
em facilitar à população acesso aos bens pessoais (celular, computador, carro,
linha branca), quando se deveria priorizar o acesso aos bens sociais (educação,
saúde, moradia, segurança, saneamento etc.)’. Dá para acreditar que o novo
governo investirá em acesso da maioria aos bens sociais, tão reclamados nas
manifestações de junho de 2013?”
A posição de Rossi é a mesma da
FSP. Em recente editorial defendia “Nem Dilma, nem Temer”. Mas, em novas
eleições. O problema é que o candidato mais forte é exatamente Lula. Mais do
mesmo até maio passado. Os seus mais fortes concorrentes são “velhos”
conhecidos, tais como Aécio Neves, José Serra e Marina Silva. Será que eles
pensam no surgimento de um novo nome de prestígio, tal como Joaquim Barbosa ou
Sérgio Moro? Ou tem candidato? Ou não?
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