25/06/2016 - MANDADO DE INJUÇÃO
O mandado de injução é o novo dispositivo da Constituição que
permite que o cidadão reclame judicialmente quanto à efetividade de direitos
constitucionais. Ou seja, visa à regulamentação sobre direitos. Como exemplo, a
aposentadoria especial, permitindo que ela se estenda a grupos similares. O
assunto foi objeto de sanção presidencial em lei específica, em solenidade no
Palácio do Planalto. Presente também o Ministro do Supremo Tribunal Federal,
Teori Zavascki, que, em discurso, diagnosticou que “o País está enfermo”, de
que é preciso “acertar as contas com o passado”, de que é preciso ter coragem
para administrar “remédios amargos”, tendo em vista “um olhar para o futuro”. Em
síntese, em seu discurso, o ministro se referiu ao fato de que o País está
doente, passando por graves dificuldades econômicas, políticas e éticas.
O mandato de injução está na direção na qual os cidadãos
resolvam as contradições históricas, firmando instituições sólidas. No momento
atual, a presidente Dilma foi afastada porque deixou que a crise das contas
públicas borbulhasse e que a inflação passasse de dois dígitos. Outrora, os
presidentes da República se defrontavam também com a renegociação da então
impagável dívida externa. Na era do PT, a dívida externa deixou de ser
problema, mas o passou para a dívida interna. Ao não gerar superávit primário
desde 2014, para pagar pelo menos os juros dela, o País ficou ingovernável.
Tendo a presidente sido afastada, o presidente interino, Michel Temer, precisa
fazer o dever de casa, qual seja reestabelecer o tripé macroeconômico e as
reformas estruturais. Em seguida, o País voltará a crescer. Foi assim em todos
os finais de ciclo econômico. Na República, desde 1889, identifica-se que vem
um gestor que estabiliza o País, coloca-o para crescer, outro ou outros o
coloca a crescer, mas, vem outro que exagera na dose dos gastos públicos, do
endividamento e a inflação recrudesce. Repete-se o ciclo econômico com suas particularidades
de cada década. A questão analítica é de delimitação de tempo. O primeiro
Ministro da Fazenda, Ruy Barbosa, colocou a economia para encilhar-se (o
encilhamento é o processo histórico de emissões demasiadas, que geraria alta
inflação), o presidente que lhe seguiu teve que estabilizar a economia e,
assim, sucessivamente, aconteceram expansão, estabilidade e recessão econômica.
Seja o Ministro da Fazenda, economista ou não (o sociólogo FHC lançou o Plano
Real; o Antônio Palocci, médico sanitarista, com o aperfeiçoamento do Plano
Real; os últimos ministros de bons resultados) o tripé da economia tem de estar
estabelecido, mediante equilíbrio fiscal, controle inflacionário e câmbio
adequado às relações internacionais.
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