10/06/2016 - EM BUSCA DE AGENDA POSITIVA
Na verdade, há um mês que Michel
Temer busca uma agenda positiva. O que se tem visto são uma série de propostas e pouca efetividade.
Sabe-se que a recuperação econômica depende da taxa de juros, que continua
muito alta, de 14,25% anuais, pela sétima reunião consecutiva do Banco Central,
cerca de dez meses, sendo o maior nível em quase dez anos. É muito tempo em
“voo de galinha”. Na próxima reunião, em agosto, perto de um ano de taxa tão
elevada, é possível que seja a SELIC seja reduzida, conforme expectativa do
mercado financeiro, que, não obstante a inflação de maio tenha sido a mais alta
desde 2008, apresenta tendência de baixa inflacionária, conforme expectativas
mercadológicas.
O que tem sido visto até agora é
a movimentação lenta do governo interino de Temer. Conseguiu emplacar a
possibilidade de novo déficit primário, para ter governabilidade, elevação da
Desvinculação das Receitas Orçamentárias para 30%, até 2023, além da aprovação
de R$38,5 bilhões de gastos discricionários, que estavam impedidos de serem
realizados, pelo contingenciamento fiscal, o que tinha colocado o Brasil
inadimplente até ao nível das embaixadas. Mas, reformas, até agora não
aconteceram. Como balcão de ensaio estão a fixação dos tetos de despesas
públicas, o fim do fundo soberano e o uso de R$100 bilhões em caixa do BNDES,
para pagamento de débitos dele e redução da dívida pública. Contudo, a reforma
da previdência não desatou ainda, a renegociação da dívida dos Estados e a reforma
trabalhista.
Uma reforma que não vinha sendo
muito falada parece que será anunciada até os próximos cinco dias, que seria uma
reforma administrativa, com mais detalhes ainda a serem dados, a partir da
criação da Secretaria das Estatais, da concretização das 4.000 demissões e a
não aprovação final dos mais de 14 mil cargos que seriam criados, como
substituições, mas que parecem não serão aprovados, bem como os reajustes
salariais do funcionalismo, pelo Senado.
A referida secretaria funcionaria
como uma entidade que fiscalizaria as diretorias das estatais, para reduzir
manobras e desvios de conduta, tais como aquelas verificadas pela operação
Lava-Jato. Vinculada ao Ministério de Planejamento, atuaria nos conselhos de
administração das estatais.
Em resumo, o Ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, que disse “que ia devagar porque tinha pressa”, afirmou
dois dias atrás, em reunião com empresários que os investimentos estão sendo
destravados, de que a recuperação pode vir mais rápida do que o esperado, no
próximo trimestre, em diante, bem como,
para isso, o governo está trabalhando em um “elenco muito forte de medidas”.
Seria a tal agenda?
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