01/06/2016 - FAXINA FORÇADA EM DESEMPREGO CRESCENTE
O cálculo das informações de
processos jurídicos leva a que, dos 22 ministros escolhidos, pelo presidente
interino Michel Temer, empossados em 12 de maio, 11 deles tinham que responder à
Justiça por investigações diversas. Sem condenação, mas a grande imprensa corre
atrás de apurações finais. A delação premiada do ex-presidente da Transpetro,
Sergio Machado, que levou 12 anos na estatal, trouxe gravações que começaram a
fazer estragos na equipe citada. O primeiro a cair foi o Ministro do
Planejamento, Romero Jucá, acusado de querer brecar a operação Lava-Jato, no
dia 24 de maio. Ontem, dia 30 de maio, 19 dias depois da posse, o presidente
Temer demitiu o segundo dos seus ministros, o Ministro da Transparência,
Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, na teia da referida delação e a operação
policial. Se Temer continuar a sua faxina não errará. Recorde-se aqui que, a
presidente Dilma, no seu início, em 2011, demitiu sete ministros, no que foi
muito apoiada. Porém, degringolou-se, ao ponto de chamar alguns de volta a
compor com seu governo, funcionários e chefes afastados por ela mesma. Que
Temer não faça o mesmo, visto que a equipe econômica dele é bem aceita pela
comunidade. Mas, a política tem de estar acertada. Por que não a reforma
política? Isto pouco tem sido falado. Urge, portanto, que o atual governo
procure reverter o quadro de que o Brasil está ficando mais desigual, por causa
da forte recessão existente e do desemprego crescente. Estudo recente da
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, relativo ao último ano, revelou
que cresceu cerca 110 mil o número de ricos, enquanto por volta de 550 mil
retornaram à linha de pobreza, conforme comentado pelo jornal A Tarde, em
editorial de ontem. Na década passada houve uma festa; na década presente
começou a ressaca. Em 2003, 33% famílias tinham automóvel; em 2016, 45%; 34%
tinham máquina de lavar roupa, passando a 63%; 3,6 milhões recebiam Bolsa
Família, passando a 14 milhões de famílias; mas, o endividamento das famílias saiu
de 19% para 44%; no mesmo período; o desemprego, segundo o IBGE, ultrapassou para
11,2%, sendo 11,4 milhões em desemprego aberto e a tendência é crescente nos
próximos meses. A comparação que se faz é que se tem no País, aproximadamente
uma cidade de São Paulo de desempregados. Enquanto isso, nova pesquisa do
Instituto Data Popular, que ouviu 2.000 brasileiros, revelou que, em 2013, 28%
dos cidadãos procuravam fazer “bico” (trabalho extra), para complementar a
renda; em 2015, 48%; agora, em maio de 2016, 63%.
Conforme pesquisa da Fundação Dom
Cabral, o Brasil se encontra no 57º lugar, entre 61 países, em competitividade.
Consoante os recentes dados divulgados, o País desceu 11 posições, desde 2012,
quando era o número 46.
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