23/06/2016 - ONDA LONGA DE DESEMPREGO
A queda da fecundidade da brasileira, desde 1970, contribuiu
para que as ondas de desemprego não se elevassem tanto, por volta de 40 anos.
Recentemente, mesmo com a economia em retração, no governo da presidente
Dilma (2011-2014), o desemprego esteve recuando, até atingir a menor marca histórica
de 4,3%, em dezembro de 2014. Os jovens são aqueles que mais afluem ao mercado de
trabalho. Por exemplo, entre 1995 e 2000, a parcela de brasileiros entre 15 e
24 anos cresceu em média 2,1%. O PIB cresceu mais, em média. Já entre 2005 e
2010, entretanto, a população nessa idade encolheu 0,9% ao ano. Em decorrência disso, o que aconteceram foram
menores taxas já observadas de desemprego. O PIBG cresceu acima de 4% anuais no
período. Porém, a retração do PIB começou a ficar forte, já no segundo semestre
de 2014 e o desemprego voltou a crescer. Assim, como há dois anos a economia
começou a recuar, justamente em meados de 2014, posteriormente, ingressando em
longo processo recessivo, de forma rápida, subindo o desemprego para 6,2% em
2015 e em abril de 2016 atingiu 11,2%, conforme dados do IBGE, através da Pesquisa
Nacional de Amostra por Domicílios Contínua, que contempla cerca de 3.500
municípios. A destruição de postos de trabalho vai continuar pelos próximos
meses, visto que está comprovado que o desemprego demora mais de recuperar-se
do que a taxa de evolução positiva do PIB, que virá nos próximos trimestres,
mas de forma lenta. Como está crise é a mais séria da história, a estimativa é
de que a taxa de desemprego aberto chegue a 14%, conforme projeções da
consultoria Rosenberg Associados. Tal desastre deixará marcas na economia, nos
profissionais e na sociedade pelas próximas décadas. Os jovens, até os 24 anos
não tinham sentido o que era uma onda desempregados como a de agora, tampouco
de pessimismo que se alastrou pelo País. O consumo recuou. O investimento
recuou. A confiança recuou.
A draga em que muitos países vêm enfrentando na Zona do Euro
se defronta com desemprego de 10,2% tem motivos diversos. Há uma década que se
ficou registrado por aqui a devolução de brasileiros, que imigraram para lá,
visto serem considerados diretos concorrentes dos europeus. Ademais, a leva de refugiados
da guerra Síria, que têm ocorrido para a Europa, agrava as dificuldades de
recuperação europeia, principalmente por tratar-se de mão de obra não
qualificada. O próprio Canadá, que recebia muitos desempregados do mundo, hoje
se defronta com taxa de desemprego de 7,1%. Como se vê a situação por aqui é
bem pior. Agravou-se a partir de janeiro deste ano. Quanto mais a crise de
prolongar, mais os efeitos ficaram para gerações futuras. Fica, portanto,
bastante claro que a falta de trabalho reduz o potencial de crescimento,
empobrece as famílias e pressiona as contas públicas. Haverá de surgir uma
solução que se inspire na construção de obras e se retome aquelas paralisadas.
As parcerias público-privadas estão sendo aguardadas com ansiedade, previstas em
13 nos novos leilões agora em julho. O fato é que se precisam de reformas
estruturais e elas estão demorando, retardando a recuperação econômica.
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