12/06/2016 - MÊS DE GUERRA
Na avaliação do seu primeiro mês de governo interino, Michel
Temer disse: “É uma guerra, tem sido uma guerra”, que acredita estar sendo bem
sucedido. Ele divulgou uma retrospectiva de ações consideradas positivas, em 30
dias, completados hoje. Destacou que tomou medidas para a retomada do
crescimento do País e de retomada de vagas de emprego, entre elas se destacam a
redução do número de ministérios; nova meta fiscal; nomeação de uma equipe econômica
“de peso”; ações para limitar os gastos públicos para não ultrapassar a
inflação, incluindo o corte de mais de 4 mil cargos comissionados; aprovação da
Desvinculação das Despesas da União e sua elevação de 20% para 30%. Na verdade,
referidas medidas em si são muito poucas para a recuperação da economia. O que
ele precisa fazer são projetos reformadores para melhorar o ambiente geral de
negócios, do retorno dos investidores e a confiança dos consumidores. O fato de
o Congresso acenar com futuras aprovações de projetos de lei foi um avanço em
relação ao destravar a pauta congressual. Tem-se falado muito, mas o governo
continua “devagar por que tem pressa”, conforme disse o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Temer tem deixado transparecer nas esferas públicas que teria prometido enviar vários
projetos de lei sobre reforma administrativa, da previdência, tributária, da
consolidação das leis trabalhistas, de projeto de lei de responsabilidade das
estatais e de fundos de pensão, da Petrobras não se obrigar mais a investir 30%
na exploração do petróleo do pré-sal. Quer dizer, existem ações internas que
mostram um recuo da inflação e a crença de que se poderia ter chegado ao fundo
do poço do processo recessivo. Externamente, houve melhoras significativas dos
preços das commodities e capitais externos têm sinalizado com novos
financiamentos, sendo já beneficiária a Petrobras.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE) argumenta
que o governo de Temer tem como prioridade a pauta econômica. Entretanto, está
sendo pressionado para também apoiar o projeto de lei de combate a corrupção,
como projeto de iniciativa popular, apesar do discurso em defesa das
investigações da operação Lava-Jato. Por seu turno, o presidente em exercício
da Câmara, Waldir Maranhão, não criou ainda a comissão para analise do projeto
de lei, há dois meses no Congresso. Trata-se de dez medidas defendidas pelo
Ministério Público Federal, mediante apoio de mais de dois milhões de
assinaturas.
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