15/06/2016 - APELO AO CONGRESSO
No primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma ela
perdeu a governabilidade, visto que bateu de frente com os políticos federais.
Ela usou decretos para gastos sem autorização orçamentária do Congresso. Ao
digladiar-se com políticos perdeu a sua base de sustentação. Em 11 de maio
deste ano foi afastada por 180 dias, pelo Senado, acusada de desobedecer a Lei
de Responsabilidade Fiscal, enquanto assumiu o presidente interino Michel
Temer. Este, já tem um mês, procurando apoio congressual. Conseguiu a aprovação
de nova meta fiscal; conseguiu a aprovação da Desvinculação das Receitas da
União e a elevou de 20% para 30%; mudou a equipe econômica, colocando fé
integral no desempenho de Henrique Meirelles na direção. Este apelou ao
Congresso que aprove o teto para os gastos públicos, na proposta de emenda
constitucional, que será discutida com os partidos, de quanto será a diminuição
do tamanho do Estado, argumentando que as receitas da União se elevaram nos
últimos cinco anos, 14%, enquanto os gastos médios subiram 50%. Claro, há
várias décadas que os gastos públicos cresceram muito mais do que as receitas.
A pretensão governamental é de que em um longo prazo, pelo menos de cinco anos,
os gastos públicos se elevem de acordo com a inflação do ano passado. No
limite, há propostas da equipe econômica que se reduza em 30% o tamanho do
Estado, durante 20 anos. Mas, isso será decidido pelo Congresso. O Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, vem
negociando com centrais sindicais a reforma da Previdência, prevendo enviar anteprojeto
ao Congresso em julho. As demais reformas, não têm nem forma, nem conteúdo. É
muito pouco, para o pouco tempo que agora possui Temer.
O governo interino avança lentamente na recuperação
econômica. Contudo, seu governo, seu partido tem os caciques envolvidos nos
escândalos da operação Lava-Jato, assim como ele não demonstrou ainda vontade
de aprovar a proposta de lei contra a corrupção, proposta popular com mais de 2
milhões de assinaturas. Porém pode mudar de atitude, visto que a Câmara
instituiu ontem comissão de análise.
Em suma, é voz dominante de que a confiança nas compras e nos
investimentos voltará, paulatinamente, a partir de julho, na busca pela saída
do fundo do poço.
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