02/06/2016 - CAMINHANDO PARA SAIR DO TERCEIRO ANO RECESSIVO
O PIB trimestral, divulgado pelo IBGE, como soe acontecer a
cada período, também na praxe de dois meses depois, foi de – 0,3%, no primeiro trimestre
deste ano. Os recuos correspondentes há 12 meses chegam a – 5,4%. Não há
registro no sistema de contas nacionais de recuo mais vertiginoso. O pior, se
continuar a cair mais ou de pequeníssimo crescimento do PIB, este poderá logo
chegar a – 6%. A retrospectiva, a partir do ano passado, de taxa de - 1,2% do
PIB no primeiro trimestre; - 2,0% no segundo; - 1,6% no terceiro; - 1,3% no
quarto. Portanto, o que se deduz, linearmente, é de que a recessão poderá
passar já no próximo trimestre e, quem sabe, ter pequeno crescimento, para não
chegar a um recuo em 2016 maior do que o de 2015, tendo-se a esperança de
crescimento pequeno em 2017. Do lado da oferta agregada, o PIB da agropecuária
foi de – 0,3% no trimestre; - 1,2% na indústria; - 0,2% em serviços. Do lado da
demanda agregada, o consumo das famílias foi de – 1,7% do PIB; o consumo do
governo de 1,1%; o investimento bruto – 2,7%; as exportações subiram 6,5%, área
em que o Brasil vai bem, devido principalmente à desvalorização do real e recuo
da demanda doméstica por importações. Em resumo, a situação da economia
brasileira ingressou em ciclo de baixa, após um ciclo de superávits primários
de 18 anos. Embora reeleita, a presidente Dilma, no primeiro ano do seu segundo
mandato, em 2015, perdeu a capacidade de negociar com o Congresso, visando
renegociar medidas de combate ao ciclo de baixa, visto que mentiu na campanha
de 2014 e não aceitou as recomendações da maioria congressista. Em
consequência, foi afastada, pousando as esperanças em que o governo interino de
Michel Temer faça a economia retomar o crescimento econômico.
A consequência da recessão continuada mais
imediata tem sido a do desemprego. Anteontem, o IBGE tinha informado o cálculo
da PNAD-Contínua do mês de abril, de 11,2%, relativos a 11,41 milhões de
brasileiros em desemprego aberto. Isto é, pessoas que têm carteira assinada e
que fizeram rescisão trabalhista. Considerando dois anos pretéritos, a elevação
do desemprego alcançou 62%, sobre os 7,04 milhões de desempregados. Naquela
época o desemprego estava em 6,3%. É bem verdade que o desemprego há três anos
chegou a estar abaixo de 5%, quando o governo afirmava que a economia estava em
“pleno emprego”. O fato concreto é que somente em dois anos aconteceram 4,37
milhões de desempregados. Uma média diária que se aproxima de 6.000 pessoas.
Assustador o número, ainda mais que se for tomado 11,41 milhões de
desempregados vezes 4 membros familiares, tem-se mais de 45 milhões de pessoas
passando necessidades por falta de emprego.
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