22/06/2016 - PIOR ANO PARA O GRANDE CAPITAL




O pior ano da economia brasileira, para o grande capital, foi em 2015. Quem atesta isto é a revista Exame que, desde 1974, realiza um estudo chamado de Melhores e Maiores de Exame. A citada revista classifica as 500 maiores empresas brasileiras. Geralmente, o desempenho delas tem sido melhor do que o desempenho do conjunto de empresas. Entretanto, no ano passado ocorreu o pior momento da história para as campeãs nacionais. O faturamento das companhias recuou 4,6%. O IBGE calculou um recuo do PIB de 3,8%, melhor do que as firmas gigantes do País. As 500 líderes nacionais tiveram um prejuízo somado de US$19 bilhões. É a terceira vez, em mais de 40 anos de enquetes, que elas apresentaram resultado negativo, em seu conjunto. A primeira vez de registros de prejuízos consolidados aconteceu em 1991, ano do Plano Collor, de triste memória. A segunda vez ocorreu em 1999, quando começou o regime de câmbio flutuante. Por seu turno, a rentabilidade sobre o patrimônio das 500 maiores foi de – 4,9% em 2015. O pior ano tinha sido em 1991, quando a referida rentabilidade foi de – 3,6%.

Reiterando o trabalho anual acima referido, a consultoria Economática examinou também as empresas com ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo. Em 16 anos consecutivos, o ano de 2015, revelou-se a primeira vez que as vendas das 316 empresas recuaram 5,4%, em relação a 2014. Ademais, em 2015, a receita conjunta das empresas de capital aberto caiu pela primeira vez desde o fim dos anos de 1990. Os dois conjuntos de empresas são praticamente os mesmos, visto que não há pequena ou média empresa com ações em bolsa brasileira.

O triênio 2014-2016, que fecha o registro de do maior rombo da história ainda não terminou de trazer notícias ruins, visto que o desemprego está projetado para ocorrer até o final de 2016. O recuo em dois anos, 2015-2016, aproxima-se de 8%. Os dois mandatos da presidente Dilma tem sido de crescimento médio anual próximo de zero. A década de contração é contraditória com justamente o período em que o País está vivendo o seu bônus demográfico. Isto é, quando a maior parte da população está na faixa de 18 a 64 anos de idade.

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