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Mostrando postagens de janeiro, 2016

31/01/2016 - DÍVIDA PÚBLICA DISPARA PARA 66,2% DO PIB

O Banco Central divulgou resultado oficial de 2015, de que a dívida pública passou para R$3,928 trilhões, perante R$3,252 trilhões do final de 2014. A elevação alcançou 8,5%, levando ao encargo dela a 66,2% do PIB, número inédito, preocupante e desestabilizador. Foram incorporados R$501,8 bilhões ao principal do débito, visto que o Brasil não teve como pagar juros vencidos, já que somente o déficit primário foi de R$111,2 bilhões, os quais juntos foram anexados ao principal da dívida pública. O resultado expressivamente negativo se deveu à queda acentuada na arrecadação, à alta nos gastos federais e no pagamento das pedaladas fiscais de exercícios anteriores, inclusive o de 2015, no valor de R$55,8 bilhões. Este era o débito com os bancos federais e com o FGTS, cuja recomendação do Tribunal de Contas da União, para não aprovar as contas presidenciais, é de que seriam as pedaladas o uso disfarçado de empréstimos de referidos órgãos, sem pagamento de juros, o que é vedado pela Lei...

30/01/2016 - PRODUTIVIDADE ESTAGNADA HÁ 30 ANOS

Nos últimos 30 anos, a escolaridade dos trabalhadores brasileiros dobrou. Isto é, de 4 para 8 anos de estudo. Porém, a produtividade ficou estagnada, em US$18 mil por trabalhador. Assim, o investimento em escolaridade no Brasil tem retorno muito baixo. A principal razão é a má distribuição dos profissionais em suas profissões escolhidas. Por exemplo, segundo a Fundação Getúlio Vargas, entre 2010 e 2014, 3 milhões de formados pelas universidades enfrentou enorme competição por vagas, por que somente foram abertas no mesmo período 2,7 milhões de vagas para quem tem ensino superior. Sobraram 10%. Em contrapartida, quem tem ensino médio se defrontou com cenário oposto. Cerca de 2 milhões se formaram, mas foram abertas 6 milhões de vagas. Somente um terço obteve qualificação no período. Portanto, existe inadequação dos trabalhadores em relação à alocação deles. Logo, acontece a baixa produtividade do trabalho. Esta é essencial para o País crescer, na esperança de situar-se entre os p...

29/01/2016 - MAU HUMOR CAPITALISTA

Pesquisa da consultoria Grant Thornton com 2.500 empresários de 36 países revelou que os capitalistas brasileiros estão entre aqueles de piores humores no mundo. Cerca de 50% dos brasileiros ouvidos revelaram que têm expectativas ruins para os próximos 12 meses, enquanto 35% esperavam que as condições do País melhorassem e 15% ficaram neutros. O pessimismo somente é pior na Grécia e na Malásia. Trata-se da primeira vez que os pessimistas superam os capitalistas otimistas brasileiros, segundo a pesquisa, que se iniciou em 2007. A pesquisadora também calculou o grau de incerteza econômica dos 36 países. Novamente, o Brasil está em terceiro lugar em suas indefinições, atrás da Grécia e da Armênia. Os capitalistas dos países que estão mais otimistas são da Alemanha, Estados Unidos, Índia, Reino Unido e Argentina. A surpresa daqueles deste último se deveu à eleição do presidente Maurício Macri. As razões dos empresários brasileiros estarem “fulos da vida” ocorrem devido aos vacilo...

28/01/2016 - ORÇAMENTO DE BASE ZERO

Segundo Paulo Rabello de Castro, doutor em economia e fundador da RC Consultores, as palavras chaves para definir o orçamento geral da União de 2016 deveriam ser flexibilidade e eficiência nos gastos. A isso ele chamou de orçamento de base zero, nas palavras dele: “Ou seja, um planejamento de execução orçamentária que, partindo do zero, tem flexibilidade absoluta para cumprir todas as tarefas necessárias. Atualmente, o excesso de rigidez na aplicação dos orçamentos públicos provoca enormes desperdícios. ‘Normas de desconfiança’ sobre a capacidade administrativa dos gestores públicos foram inscritas na legislação, impedindo os administradores, por melhores que sejam de alocar com flexibilidade as verbas fiscais. Tudo isso se traduz em uma aplicação inadequada dos tributos arrecadados e também na grande ineficiência na prestação dos serviços realmente essenciais. Com novos dispositivos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e, no que couber, com emendas aos artigos constitucionais per...

27/01/2016 - MAIS TRIBUTOS

A atual equipe econômica defende mais tributos sobre o brasileiro. Mas, não se sabe agora, desde a Constituição de 1946, quando a carga tributária era de 16% do PIB, se houve algum governo que a reduziu. Atualmente, a citada carga tributária está em 36% do PIB. Em 2010, na sua primeira campanha, a presidente Dilma disse que era contra a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Na sua segunda campanha disse que não criaria mais tributos, não cortaria direitos trabalhistas e continuaria e até ampliaria os programas sociais. Foi reeleita e está fazendo o contrário do que prometeu. Em razão de ter estourado as contas públicas em 2014, repetindo-o em 2015, não vislumbra a presidente mais nenhuma ação que não seja a cobrança de mais impostos e elevação de alíquotas para os já existentes, além da recriação da CPMF. Agora, que chamá-la de Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), para garantir o apoio dos Estados, já que imposto se distri...

26/01/2016 - DÓLAR TENDE A VALORIZAR-SE MAIS

  Neste ano, o dólar tende a valorizar-se mais, em frente às moedas de países desenvolvidos e dos emergentes. Mediante apreciação do dólar, a inflação deverá aumentar na maioria dos países do globo. O banco Credit Suisse calculou um incremento inflacionário de 0,3% de 2015 e projetou 1,2% de aumento para 2016. No caso dos países emergentes, o cálculo de 2015 foi de incremento de 6,7% de extrapolou 7,3% para 2016. Dessa forma, a projeção incremental média dos países como um todo em 2015 alcançou 2,8% e em 2016 poderá ser de 3,6%. O principal motivo apontado pelo referido banco é de que a economia americana cresce com mais força. O dólar apreciado encarece muito os insumos importados, pressionando os custos de produção, podendo as empresas repassá-los para os consumidores. Outro motivo de aceleração inflacionária é o fato de que os preços das commodities já bateram os seus pisos. Nos últimos quatro anos, os preços delas caíram cerca de 60%, em média mundial. No primeiro ano...

25/01/2016 - SAIU DA ORTODOXIA

Mediante decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), da semana passada, de manter a taxa de juros em 14,25%, quando os ortodoxos pleiteavam aumentá-la em 0,5%, pode-se entender que o governo está aterrorizado com a recessão, que poderá prolongar-se por três anos, podendo adotar mudanças heterodoxas na política econômica, para atender ao PT, centrais sindicais e ganhar popularidade. Inclusive, para este ano, já admite que a inflação ultrapasse o teto da meta de 6,5%. Os agentes de mercado estão se referindo a 7%, nestes 2016. Esse “chove não molha”, tem colocado os agentes econômicos inseguros, tendo eles reduzido seus programas de investimentos. Uma corrente da base aliada insiste em “mais do mesmo”, baseados em que quem tem o maior espectro de irradiação econômica é a indústria da construção civil e a automobilística, pelos seus decantados méritos, de que cada emprego direto nesses ramos de atividade, dez empregos indiretos poderão ser criados. Sem dúvida, centrados neles s...

24/01/2016 - SEGURO GARANTIA DE OBRAS

O seguro garantia de obras é uma das ferramentas mais eficazes para evitar o superfaturamento, propina ou qualquer outra forma de corrupção nas obras públicas. As seguradoras da espécie, existem nos Estados Unidos com o nome de performance bond há cem anos. Lá, nenhuma grande obra sai do projeto sem seguro. Para que haja cobertura a própria seguradora é interessada em que obra siga o projeto, rápida e que os seus custos orçados estão sendo cumpridos com mínimos desvios. Embora venha sendo possível no Brasil, desde a lei das licitações de 1993, ela é cláusula facultativa dos contratos brasileiros. Não sem motivos, as obras públicas não a contem, dando ensejo a falcatruas. É raro verificar uma grande obra que não tenha aditivo contratual de valor. Ou seja, que estoure o seu orçamento. O que é pior, muitas vezes dobra ou triplica, estourando em números estonteantes. A regra é a impunidade. O fato novo foi a grande descoberta de existência de um cartel, uma organização secreta e ile...

23-01-2016 - REAÇÃO EM CADEIA CONTRA MAIS TRIBUTOS

Cinco órgãos de classes de prestígio nacional, pela sua representatividade, divulgaram manifesto, afirmando que têm a “firme convicção” de que falta à presidente Dilma Rousseff legitimidade política para propor aumento da carga tributária, já tão elevada acima de 36% do PIB. Tamanho nível de arrecadação reduz a circulação de dinheiro, que deveria ser aplicado no investimento e, não em gastos públicos, que não criam riquezas. A carga em referência torna a economia brasileira lenta, burocrática e ineficiente, deixando de estimular o necessário progresso, para o País ser um país desenvolvido. A nota é assinada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional de Transportes (CNT), Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e Confederação Nacional de Saúde (CNS). Trata-se de uma resposta às declarações da presidente, defendendo, que para reequilibrar as contas públicas é necessário “ampliar impostos”. Conforme refe...

22/01/2016 - FREIO DE ARRUMAÇÃO

Repercute nos meios intelectuais o trabalho do professor Reinaldo Gonçalves, titular do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Examinando 15 países latino-americanos, ele observou que o impedimento do presidente da República provoca um freio de arrumação nas economias analisadas. Por isso mesmo, ele defende que o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma, em 2016. Segundo Gonçalves, em seguida serão alterados uma série de valores éticos, morais, políticos e econômicos, fazendo a recessão ceder em 2017. Provavelmente, o País voltará a crescer em 2018, à taxa média secular de 4,5% ao ano. Vai mais além, mostra que o impedimento da presidente traz um “bônus macroeconômico”, qual seja o de reequilíbrio da economia. O tema foi também comentado por Merval Pereira no jornal O Globo do dia 17, passado. Gonçalves usou a metodologia da análise de custo-benefício, onde concluiu que os benefícios do impedimento presidencial, nos países escolhidos da América...

21/01/2016 - BANCO CENTRAL DEPENDENTE

Muito embora o presidente do Banco Central (BC) seja indicado pela presidência da República, ele é sabatinado pelo Senado, quando se compromete a ser independente, tendo, por conseguinte, status de ministro, tal como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O BC independente quer dizer que ele atua de acordo com os mercados financeiros e produtivos, sem aceitar pressões do Executivo. Isto acontece nos países desenvolvidos, gerando segurança de que a política monetária irá reger a política econômica em geral. Na era dos governos do PT, desde 2003 até agora, verificou-se, nos oito anos do ex-presidente Lula, que o BC foi independente, dirigido por Henrique Meirelles, do primeiro ao último dia dos oito anos de mandatos. Lula não é, nem se arvorou a ser economista, deixando a equipe econômica levar o País a bom termo. O período de Lula (2003-2010) se caracterizou por um crescimento médio de 4% do PIB.   A administração da presidente Dilma começou o sexto exercício. Ela é ...

20/01/2016 - PREVISÕES PIORES A CADA DIA

A cada dia as previsões têm sido piores para a economia brasileira. Quando vão parar? Geralmente, conservador, as estimativas do FMI tem sido melhores (ou menos piores) do que as do mercado financeiro brasileiro, quando há baixa da atividade econômica. Porém, ontem, ao divulgar o seu relatório trimestral “Panorama Econômico Global”, o FMI afirmou que a recessão no Brasil afeta o avanço da economia mundial, bem como a queda do PIB da China, para crescimento de 6,9%, em 2015, o menor deles, em 25 anos. A novidade é de que o FMI, que projetou no relatório anterior (setembro a dezembro) recuo do PIB de 2016, em – 1% o alterou para – 3,5%, bem maior do que o do relatório Focus, que é pesquisa semanal do Banco Central (BC), mediante ouvir 100 analistas credenciados, bem mais em linha com a atualidade nacional, que prevê recuo próximo de – 3%, neste ano. Isto, às vésperas do anúncio da nova SELIC, cuja previsão o mercado, que acreditava ser de – 0,5%, mas que também recuou para – 0,25%...

19/01/2016 - PRIMEIRO PARTIDO EM BALANÇO NA LAVA-JATO

O Procurador Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, fez o primeiro balanço sobre um partido político envolvido na operação Lava-Jato, acerca de corrupção na Petrobras. Trata-se do Partido Progressista (PP), citado na denúncia contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR), oferecida ao Supremo Tribunal Federal. O esquema de propina foi relatado em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais, de 2006 a 2014. O valor calculado pelo PGR é de R$358 milhões. O PP está atrás, em tamanho ao PMDB e PT. Imaginem-se como seriam os números destes maiores? O PGR refere-se a que as três legendas agiam como controladoras das áreas estratégicas da Petrobras, por meio de controle de diretorias e beneficiárias diretas das propinas. Não apenas os diretores da Petrobras receberam dinheiro ilícito, mas também os parlamentares responsáveis pelas indicações dos diretores e os partidos políticos. Até então só pessoas físicas foram denunciadas na citada operação. Tem causado ...

18/01/2016 - RENDA BASTANTE CONCENTRADA

As análises feitas para medir a distribuição de renda brasileira se têm feito com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), coletados pelo IBGE. Trata-se a PNAD de pesquisa permanente, cujos resultados são apresentados de três em três meses, de acordo com o calendário gregoriano. Janeiro-fevereiro-março; abril-maio-junho; julho-agosto-setembro; outubro-novembro-dezembro. Ademais, o IBGE publica a consolidação de cada ano. A PNAD é coletada em 3.500 municípios, que corresponde a mais de 90% da população. No entanto, por dificuldades de pesquisa, ficam de fora 2.165 municípios. Pesquisa inédita, divulgada pela pesquisadora Tendências Consultoria Integrada, tendo como base os dados do Imposto de Renda, ajustando-a aos dados da PNAD, revelou que 2,5 milhões de famílias da Classe A são detentoras de 37,4% da renda nacional. A renda familiar da Classe A, tida como a de ricos, possui rendimento superior a R$14.695,00. Os pesquisadores Adriano Pitoli, Camila Sal...

17/01/2016 - SETOR TERCIÁRIO EM FORTE DECLIVE

Até agora ainda é muito cedo para conhecer a queda do PIB em 2015. Cedo porque as tabulações do IBGE somente ficam prontas, de dois a três meses do encerramento do exercício. Ele ainda está fechando novembro. É mais provável que os resultados fiquem conhecidos na primeira quinzena de março. O consenso do mercado financeiro é que fique por volta de - 4% a queda do PIB. Se for maior do que 4,35% ultrapassará a taxa do choque de 1990, do Plano Collor. Já em 1991, a economia brasileira cresceu 1,03%, enquanto caiu em 1991, - 0,51%. Mas, cresceu muito bem em 1993, de 4,92%. Cresceu mais ainda, em 5,85%, após o advento do Plano Real, quando se cumpriria todo o mandato que seria de Collor. Diz-se que Collor fez a maldade de uma só vez, inspirado em Maquiavel, no seu livro “O Príncipe”, mas não teve condições de fazer o bem aos pouquinhos. No governo de Dilma, ela está fazendo o inverso: o mal aos pouquinhos, mas não estando garantido o bem. Assim, se durante cinco anos a taxa média de ...

16/01/2016 - LEI DE REPATRIAÇÃO DE DINHEIRO

A que ponto se chegou o desespero do descalabro de gerar arrecadação, para pagar os gastos públicos e, se sobrar, para pagar os juros da dívida pública. No ano passado, o Congresso aprovou projeto de lei para que quem tiver dinheiro clandestino, ou bens que se transforme em tal, faça repatriação. Isto é, dinheiro que saiu sem pagar tributos; dinheiro ilegal, em suas diferentes formas. A lei aprovada prevê 15% de imposto de renda e 15% de multa. Inicialmente, a Receita Federal esperava arrecadar R$400 bilhões, visto que o dólar estava em R$2,65. A R$4,00 se espera R$150 bilhões. O ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contava com essa receita em agosto do ano passado, para não fechar o ano com déficit fiscal, como aconteceu de R$120 bilhões. O projeto, aprovado pelo Congresso, dividia as receitas entre União (50%), Estados e Municípios (50%). A presidente Dilma vetou isto ao sancionar a lei. 100% para a União, além de outros vetos. A área de atrito irá aumentar entre Execut...

15/01/2016 - DEMOLIÇÃO NA PETROBRAS

Duas enormes problemáticas estão ajudando a demolir a Petrobras. A primeira se trata das investigações de desvios de recursos em contratos de suas obras, que, em quase dois anos de apurações, ainda não chegou ao fim. Mediante a operação investigativa Lava-Jato, as 29 maiores empreiteiras do País estão envolvidas em cartel. Descobertas, praticamente estão paralisadas, em recuperação judicial ou também se desmoronando, vendendo ativos, desempregando e contribuindo para a redução do PIB brasileiro entre 1% a 2%. Foram presos 116 grandes empresários e lobistas, estando 22 encarcerados. Correndo em segredo de justiça existem as investigações sobre muitas dezenas de políticos envolvidos, já que eles têm foro privilegiado, no Supremo Tribunal Federal. A segunda se trata da queda dos preços do barril do petróleo de mais de 70%. Há dois anos, o preço do barril estava por volta de US$108.00 e anteontem chegou a cerca de US$30.00. Fundos de investimentos projetam recuo até US$20.00. O dire...

14/01/2016 - TAXA SELIC PARA CIMA

Quando a demanda agregada é maior do que a oferta agregada, a diferença é a inflação. Em outras palavras, se a soma das demandas, definidas como consumo das famílias, investimentos empresariais, gastos do governo e exportações são maiores do que as ofertas globais, sendo estas, o PIB mais as importações, as diferenças entre elas são efetuadas pela elevação geral no nível de preços. Mais dinheiro é gasto; tem-se a inflação. No ano passado o PIB deve ter recuado 4%, ainda não divulgado pelo IBGE, sendo estimativa de mercado. Não sem motivo, a inflação de 2014, que foi de 6,4%, pulou para 10,7%, em 2015. Houve recuo do PIB de 4% e avanço da inflação de mais do que 4%. As taxas nem sempre estão próximas assim. Para combater a inflação há duas correntes opostas. A ortodoxa, de elevar a taxa básica de juros, a chamada SELIC. A ideia é de que estimulando o capital financeiro não se aquece a demanda pelo capital produtivo. A inflação cederia pela retração da demanda global. A heterodo...

13/01/2016 - BARRADAS EM LICITAÇÕES

Quantas empresas estão barradas de participar de licitações no Brasil? Segundo a Controladoria Geral da União (CGU) são cerca de 12.000. O número cresceu muito nos dois últimos anos e tende a crescer mais, visto que a lei anticorrupção, desde 2014, obrigou todos os órgãos públicas a notificar as punições impostas as empresas que realizaram fraudes em licitações ou deixaram de cumprir o contrato. No cadastro se destaca que a punição mais comum é deixar de fornecer ao setor público. Em 2015, foram condenadas pela CGU 2.964 empresas. Impedidas ficaram 1.199; suspensas 1.158; inidôneas, 230; outras sanções, 107. O caso mais complexo decorre das investigações da operação Lava-Jato, acerca de ilícitos em contratos com a Petrobras. As 29 maiores empreiteiras do País operavam sob a forma de cartel, um jogo de cartas marcadas, que já levou para a cadeia 116 pessoas, havendo, correndo em caráter sigiloso, investigações sobre dezenas de políticos, que serão julgados por foro privilegiado, ...

12/01/2016 - PREVISÕES DE RECUPERAÇÃO SÓ EM 2017

Há um consenso entre os economistas que realizam cenários para o Banco Central (BC), semanalmente, de que a economia continuará fria no segundo mandato da presidente Dilma, se não forem feitas as reformas estruturais. Estas dependem do Congresso, que continua em impasse com o Executivo, não facilitando as ansiadas reformas. Assim, como em 2015, este ano será recessivo. Em algum momento, até o final do ano, a economia poderá deixar de regredir, mas cresci mento mesmo só a partir de 2017, ainda que pequeno. Não se antevê saída em curto prazo, mesmo com a eventual solução do atual impasse político, que não será logo. A média para o PIB, estimada pelo BC, relativa a 2015 é de – 3,71% e de – 2,95% para 2016. Para 2017 é esperado crescimento de 1%. Para 2018, o crescimento projetado é de 1,75%. No meio das previsões nada otimistas, há até um banco internacional, o Credit Suisse, prevendo três anos recessivos, 2015-2016, taxas semelhantes aos outros cem analistas ouvidos pelo BC, sendo...

11/01/2016 - INFLAÇÃO DE PREÇOS ADMINISTRADOS

Os preços administrados pelo governo são aqueles fixados para as estatais. Elas estão basicamente na infraestrutura. Portanto, produzem bens intermediários, que vão compor outros bens e serviços. Na verdade, a imensa maioria deles, contém energia elétrica, derivados do petróleo, água, precisando também de estradas, aeroportos, portos, dentre muitos outros intermediários. A política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma conteve os preços administrados, soltando-os no primeiro ano do segundo mandato. Como resultado final a inflação saltou de 6,4% ara 10,7%. O que é pior saiu da casa de um dígito para a de dois dígitos. É senso comum que um dígito é admissível ou aceitável. Vale dizer, estabilidade econômica. Quando o número é bem pequeno, até é salutar, visto que provoca o desentesouramento. Através do Plano Real, a partir de 1994, o País caminhou praticamente com inflação de um dígito. Na verdade, sendo o dobro da taxa dos países desenvolvidos. Lá, as taxas flutuam de...

09/01/2016 - RENDA BAIXA MAIS CASTIGADA

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) tradicionalmente calcula uma plêiade de índices de inflação. Três deles definem o Índice Geral de Geral de Preços (IGP), que é como a FGV vê a inflação. Isto é, ela faz uma média ponderada dos indicadores. O primeiro é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O segundo é o Índice de Preços ao Atacado (IPA). O terceiro é o Índice de Preços da Construção Civil (ICC). Considerando que a prévia da inflação oficial, dada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que está calculada em 10,7%, conforme o IBGE, a FGV verificou que as famílias de baixa renda, aquelas com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, por volta de R$2,1 mil, foram as mais castigadas pela inflação, em 2015, visto que o indicador que mede referido perfil, para ela é o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que avançou 11,52%, em 2015, a maior alta da série, iniciada em 2004. Assim, em caráter estatístico definitivo, a inflação dos mais pobres subiu mais do que o...

08/01/2016 - DESESTRUTURAÇÃO DO SEGMENTO IMOBILIÁRIO

Nos dois últimos anos se deu a desestruturação do segmento da indústria da construção civil. A propósito, como se compõe o setor industrial? De vários segmentos produtivos, sendo os carros chefes a indústria da construção civil e a indústria automobilística. Poder-se-ia argumentar que a indústria de energia elétrica e a do petróleo seriam semelhantemente expressivas. São sim. Mas, elas não se transformam em produtos, que são de utilização final, estes dois últimos contribuem para tanto, porém, são de utilização intermediária, desaparecendo no processo produtivo, para constituir os produtos. No dia 6, passado, falou-se aqui do segmento automobilístico. Hoje, do segmento imobiliário. Ambas padecem da profunda recessão, que se iniciou em 2014. O número de lançamentos de imóveis no Brasil despencou em 2015. Foram 15 mil conjuntos, em relação a 2014, que foram de 34 mil. Porém, o problema é tão grave, que é o menor nível desde 2004, que fora de 22,5 mil. Daquela data para cá, o avan...

07-01-2016 - CRIATIVIDADE MONETÁRIA PARTA PEDALADAS

O motivo do pedido de impeachment da presidente Dilma foram as pedaladas fiscais no orçamento de 2014, reprovadas pelo TCU, mas que ainda vão ser examinadas pelo Congresso, bem como os decretos de 2015, autorizando mais pedaladas. O termo em referência deixou até de ser com aspas, visto que é logo reconhecido que a equipe econômica autorizava o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa, a pagar por seus gastos, o que passou a ser caracterizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como empréstimos, contrariando a lei de responsabilidade fiscal, no valor acumulado de R$52 bilhões, somente de 2014. Visando fugir do processo, referida equipe resolveu “pagá-las”, através de emissões monetárias. Ocorre que tamanho volume de recursos é inflacionário, visto que não corresponde à produção efetiva. Então, o Tesouro Nacional resolveu emitir R$40 bilhões em títulos da dívida da União para enxugar a maior parte do dinheiro excedente. Está aí criatividade ou engenhosidade dos economistas da citad...

06/01/2016 - SEGMENTOS PRODUTIVOS DE MAIOR DINAMISMO

O progresso que o Brasil obteve durante o Plano de Metas (1956-1960) do governo JK esteve alicerçado em dois grandes segmentos da produção mundial: a indústria da construção civil, cujo maior vetor foi a construção da cidade de Brasília, beneficiando a região Centro Oeste, sendo está a que mais cresceu no Brasil desde aquela data, em recorde de tempo, cerca de quatro anos, assim como a indústria automobilística, na região Sudeste. Ambas as indústrias detêm o maior dinamismo produtivo, por gerar muito mais empregos indiretos do que diretos. Os diretos são aqueles decorrentes da sua atividade. Os indiretos são de dois tipos: à montante, nos mercados de fatores de produção, isto é, decorrentes dos empregos de mão de obra, do capital, da agropecuária, da capacidade empresarial e da tecnologia; à jusante, dos empregos nos comércios e em serviços. O cálculo dos dois segmentos produtivos referidos é de que cada emprego direto responde por volta de dez empregos indiretos, em suas respec...

05/01/2016 - LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS SEM PLANEJAMENTO

Até agosto de cada ano, o Executivo envia projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO), ao Congresso, para o ano seguinte. São quatro meses de debates no Legislativo. No dia 31, passado, a presidente Dilma sancionou a LDO 2016. A LDO servirá de base para o Congresso também aprovar, nos próximos meses a Lei Orçamentária Anual de 2016. Um conjunto de interesses dos governantes e congressistas, fazendo emendas parlamentares na LDO, levou com a presidente da República fizesse vetos a 58 artigos. Os artigos vetados estabeleciam, entre outros pontos, reajuste do benefício do Programa Bolsa Família, pela inflação dos últimos 20 meses, ampliação de obras prioritárias do governo federal e proibição de o BNDES financiar investimentos ou obras internacionais de empresas brasileiras. A LDO foi aprovada pelo Congresso no dia 17 de dezembro. Os congressistas queriam que houvesse execução de emendas individuais, quando não houvesse impedimento técnico, mas também foi vetado pela presidente...

04/01/2016 - BOLSA DE VALORES PRECIFICA

No conjunto, há milhões de mercados diferentes, tais como os de fatores de produção, financeiros, monetários, de bolsas de valores, de mercadorias e de futuros. Nas bolsas de valores se negociam principalmente ações. Claro, que muitos outros valores, tais como títulos públicos, derivativos, dentre outros. Contudo, as ações que são títulos de propriedade são as que dão ou não estabilidade aos negócios. Há muitas regras e crendices. Uma que se tem comprovado é de que “a bolsa sobe no boato e cai no fato”. Vale dizer o óbvio capitalista, que as bolsas antecipam os acontecimentos. Quando as notícias do futuro são boas as bolsas sobem; quando são ruins, elas caem. Portanto, as bolsas precificam ativos. A bolsa de valores brasileira (BOVESPA) terá hoje o seu primeiro dia útil (o artigo está sendo feito de manhã cedo). Ninguém sabe como ela irá reagir. Sabe-se que, de 2012 para 2015, a queda acumulada se aproxima de 30%. Sabe-se que nos últimos cinco anos uma conjunção de más notíci...

03/02/2016 - PRODUTIVIDADE PREJUDICADA

Quanto mais desenvolvido o País, mais anos de estudo têm os seus cidadãos. Isto quer dizer, que o conhecimento leva à produção maior. A diferença entre a produção maior de, por exemplo, um ano para o outro se chama de produtividade. Como um país produz muitos bens é preciso ficar somente com os resultados finais. Isto é, retirar a utilização intermediária e ter-se o que se chama de utilização final ou produtos em geral. O somatório de todos os produtos é o chamado Produto Interno Bruto (PIB). A taxa de crescimento de um ano para o outro é a produtividade. No ano passado, o Banco Central (BC) está estimando uma taxa de retração do PIB de 3,7%. Os mais críticos se referem a - 4%. Ademais, é projetado também pelos entrevistados pelo BC – 2,8 para 2016. No conjunto, um recuo perto de – 7%, em dois anos seguidos. Portanto, tem-se no Brasil de hoje um quadro muito ruim na economia. Isto tem levado a que executivos, empreendedores e investidores, pessoas geralmente diplomadas com o níve...

02/01/2016 - DIVERGÊNCIAS NA EQUIPE ECONÔMICA

O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo de política econômica, fixando anualmente a meta da inflação e definindo demais diretrizes. Composto pelo presidente, Ministro da Fazenda, e dois diretores, o Ministro do Planejamento e o presidente do Banco Central. A presidente da República, embora não participe das reuniões, muitas vezes toma decisões, conforme o seu entendimento. Devido ao fato de ter errado bastante, desorganizando as contas nacionais, resolveu fazer um ajuste fiscal, a partir de 2015, que não era bem a sua vontade, mas uma exigência dos mercados, contra o núcleo duro do PT, colocando um estranho no ninho, Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda. Este não durou um ano, sendo substituído pelo Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, pressionado pela base aliada do governo a liberar crédito e incentivar o crescimento econômico. Porém, ele começou 2016 batendo de frente com o presidente do BC, Alexandre Tombini, que pretende elevar as taxas de juros, para combater a in...

01/01/2016 - COMO MEDIR O RETROCESSO?

Há nove anos que diariamente é feita aqui uma lauda sobre a economia brasileira. A deste primeiro dia do ano é a respeito da análise também de uma página do economista Mailson da Nóbrega, intitulado “Há esperança”, na revista Veja. Assim, ele se refere a que “a política econômica do PT, agravada no período da presidente Dilma Rousseff com a desastrosa Nova Matriz Econômica e suas calamitosas intervenções na economia, nos fez retroceder no tempo. Voltamos até 65 anos. A queda de produtividade nos legará anos de recessão e baixo crescimento até que reformas nos possibilitem avançar outra vez”. (De onde ele retirou 65 anos?). Continuando, “O Brasil tem emergido melhor de suas grandes crises. Avanços antes impensáveis se materializaram sob o impulso de ideias inovadoras. Crises induzem a formação de consensos em prol de reformas. Duas referências notáveis são os governos Castelo Branco (1964-1967) e Fernando Henrique (1995-2003)”. Em primeiro lugar, o governo da presidente Dilma cre...