30/07/2014 - ECONOMIAS DE AGLOMERAÇÃO INVERSAS
Os grandes centros urbanos foram
formados a partir do princípio da economia de aglomeração. Isto é, a melhor
localização empresarial é aquela em que se reúnem a mão de obra, fontes de
matérias primas próximas e centros consumidores, provocando, em seu conjunto,
uma redução dos custos de produção. Em outras palavras, o desenho da
localização demonstra o local onde é mais barato produzir. Este tipo de
economia é de aglomeração. Porém, o agigantamento das cidades, mediante cada
vez mais o uso de automóveis, ônibus e caminhões trouxeram o enorme problema dos
congestionamentos, gerando as economias de aglomeração inversas, simplesmente
chamadas de deseconomias de aglomeração ou de escala. Justamente o contrário do
que se objetivava.
Estudo anteontem divulgado pela
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) demonstra cálculos nos
quais os congestionamentos nos dois maiores centros urbanos do País, São Paulo
e Rio de Janeiro, custaram mais de R$98,4 bilhões em 2013, por conta da perda
da produtividade, isto é, a partir da estimativa do custo da produção perdida,
com base no PIB regionalizado, mediante o valor da hora trabalhada da população
economicamente ativa, mais o gasto extra com combustível, o qual é desperdiçado,
por volta de 30% a 40% a mais do que aquele normalmente usado. Referido valor
corresponde a 2% do PIB.
Na região metropolitana de são
Paulo, nos 39 municípios os congestionamentos atingiram, em média, 300
quilômetros por dia, o custo relativo calculado pela FIRJAN em 2013 alcançou
R$69,4 bilhões. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, nos 20 municípios a
média diária de engarrafamento foi de 130 quilômetros, cujo prejuízo em 2013
alcançou R$29 bilhões. A projeção da FIRJAN é que o problema tende a piorar, já
que não está havendo investimentos significativos em transportes de massa, além
de infraestrutura e emprego para perto de onde moram as pessoas, tampouco um
planejamento urbano integrado.
Comentários
Postar um comentário