05/07/2014 - INFLAÇÃO EM ALTA




O índice oficial da inflação é calculado pelo IBGE, mediante acompanhamento de mais de 400 produtos. Daí o seu nome de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente. Há mais de cinquenta anos que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula vários indicadores de preços, sendo o mais antigo e que já foi indicador oficial da inflação, o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), composto do Índice de Preços ao Atacado (IPA), mais o Índice Geral de Preços (IGM), mais o Índice da Construção Civil (ICC). Derivado do IGP existe também o famoso IGP-M, para corrigir contratos de locação. A FGV também faz uma série de pesquisas nacionais. A mais recente é sobre as expectativas da inflação brasileira para os próximos meses. A sua principal conclusão é que a inflação futura é maior na gestão da presidente Dilma do que no segundo mandato do ex-presidente Lula. Entre as famílias de baixa renda a taxa de inflação esperada é mais intensa do que nos demais grupos. A FGV informou que a mediana das expectativas dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses atingiu 7,4% em junho. Em maio era de 7,2%. Corroborando a inflação em alta, o jornal Estado de São Paulo realizou pesquisa para a baixa renda, considerados aqueles que ganham até R$2,1 mil, encontrando 7,9%, para os próximos 12 meses. Para o referido jornal a inflação brasileira geral esperada para os próximos 12 meses é de 7,11%.

O governo federal tem segurado os preços administrados. No ano passado, o reajuste médio deles foi de 1,5%. Contudo, as pressões são grandes. Agora mesmo a Agência Nacional de Saúde Suplementar autorizou reajuste dos planos de saúde individuais e familiares em até 9,6%, entre maio de 2014 a abril de 2015. Acredita-se que após as eleições os reajustes de preços administrados elevarão ainda mais a inflação atual.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que a produção industrial recuou em maio pela terceira vez consecutiva. Para o gerente da mais recente pesquisa, Renato Fonseca, o quadro da indústria é “desolador”. Para ele: “A produtividade do trabalho não cresce há muitos anos e o custo do trabalho está crescendo. Você tem hoje um cenário de confiança da indústria muito baixa e dos consumidores também. A tendência é o ciclo se agravar, então tenho que dar choque para resolver isto. É preciso acelerar as medidas de combate ao custo Brasil”. Em vista do exposto, a produção recuando é indício de que a oferta se restringe, havendo demanda, o impacto final é também inflacionário.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE