10/07/2014 - INFLAÇÃO ALTA REDUZ PROGRESSO
Inúmeros livros existem sobre os
malefícios da inflação. Os maiores clássicos sobre o tema são dos anos de 1960,
de Ignácio Rangel, tido como economista, escritor de “esquerda”, intitulado por
“Inflação Brasileira”, onde a tese central é a resolução dos pontos econômicos
estruturais de estrangulamento, bem como dos anos de 1970, de Mário Henrique
Simonsen, tido como economista, escritor de “direita”, intitulado por
“Inflação: Gradualismo versus Tratamento de Choque”, onde a tese central são a
de que existem duas opções radicais de reduzir ao mínimo aceitável a inflação.
Nos anos de 1980 até 1991 foram promovidos seis congelamentos, o parcial, da
gestão Dornelles (1985), os gerais, do Plano Cruzado (1986), do Plano Bresser
(1987), do Plano Verão (1989), do Plano Collor (1990), do Plano Collor II, os
quais fracassaram. Somente o Plano Real (1994) venceu a alta inflação,
colocando-lhe em vinte anos por menos em um dígito. Em mais de sessenta anos, o
Brasil obteve as melhores taxas de crescimento econômico justamente quando a
inflação esteve baixa. Portanto, a luta por baixar a inflação é o cardápio do
bom gestor. Nos tempos mais recentes, na era Lula (2003-2010), justamente
quando a inflação se manteve bem baixa, registrando recorde de 3,1% no ano de
2004, a inflação média ficou menor do que 6% ao ano, na maioria dos anos. Isto
é, parece, para o caso brasileiro, que ela não pode passar da primeira metade de
dez pontos, enquanto nos países ricos ela se comporta por volta de 2% anuais. Os
países ricos são bem organizados, exigentes, não concordando com inflação alta.
Nos países emergentes é suportável imaginar o dobro dos 2% referidos. Não é sem
motivo que o Conselho Monetário Nacional, desde o Plano Real tem fixado o
centro da meta inflacionária por volta de 4%. Atualmente é de 4,5%, admitindo
viés de baixa de 2% ou viés de alta de 2%. Agora em junho, ultrapassou o limite
dos 6,5%, isto é, chegou em 12 meses a 6,52%. Os quatro anos do governo de
presidente Dilma, a completar nos próximos dias, de mais cinco meses, esteve a
inflação por volta de 6%. Em consequência, o crescimento econômico foi muito
baixo, em taxa média anual de 2%. Sobre este ponto básico da economia o governo
da Dilma está reprovado. Quem ganhar a eleição (ela é a mais cotada) poderá ter
o discurso de trazer pelo menos a inflação para o centro da meta. Claro, esta é
a lógica do País retornar ao crescimento virtuoso.
É bom lembrar que a gestão de
Henrique Meirelles durante a era Lula, no Banco Central, é das mais admiradas.
É bom lembrar que Meirelles foi escolha do PT dentro dos quadros do PSDB de
então, para continuar com o modelo econômico da era FHC, aceitando bem o
vitorioso Plano Real. Não é sem motivo que ele é cotado para voltar à frente do
Banco Central. Portanto, não sem motivo que a alta da inflação é o dragão da
maldade. Geralmente, a inflação é retratada em quadrinhos como um dragão.
Relembrando: inflação é elevação
geral e persistente no nível de preços. Para isto o IBGE calcula mensalmente o
Índice Geral de Preços ao Atacado (IPCA), relativo a mais de quatrocentos
produtos.
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