03/07/2014 - QUANTIDADE E QUALIDADE NA SAÚDE
A Constituição de 1988 levou à
criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Isto é, mediante três princípios
básicos: a universalização no atendimento da saúde dos brasileiros, a equidade
no tratamento e a integralização das ações. O grande avanço foi perante o
primeiro princípio. Antes, quem não possuía instituto de previdência ou
carteira de trabalho assinada, não era atendido, a não ser no pronto socorro
(último recurso). Porém, hoje se a pessoa não tiver a carteira do SUS não é atendida,
já que não há registro no sistema de computação. Uma burocracia própria do país
que está em 120º lugar, entre 184 avaliados pelo Banco Mundial, por falta de
competitividade. Superada a burocracia, que deve ser superada no próprio posto
de saúde (se for o caso na marra, ou fica sem atendimento), os dois outros
princípios não são exercidos com eficiência. Dessa forma, são pelo menos doze
sérios problemas: 1) filas enormes; 2) prazos muito dilatados de atendimento;
3) desperdícios; 4) maquinário comprado e não instalado (capital que muitas
vezes fica obsoleto ou imprestável); 5) atrasos nos pagamentos; 6) baixos valores pagos nos procedimentos; 7)
aumento da incidência de doenças hospitalares; 8) ressurgimento de doenças transmissíveis;
9) abusos cometidos pelos planos privados e pelos seguros de saúde; 10) falta
de leitos hospitalares; 11) falta de remédios em alguns lugares e sobra em
outros; 11) falta de médicos nos municípios do interior do País; 12) falta de
dinheiro. A respeito deste último item, o orçamento da saúde para este ano
ultrapassa R$100 bilhões, sendo um dos maiores da União. Parece que aqui não é
o problema governamental, já que o pagamento dos encargos da dívida e os gastos
da Previdência estão na sua frente no orçamento federal. Porém, a síntese das
deficiências de qualidade da saúde não é a falta de dinheiro e sim a má gestão
do sistema como um todo. Parece que médico deve ficar no seu lugar.
Administrador também.
Em resposta às manifestações de
ruas de junho do ano passado, a presidente Dilma lançou cinco pactos: reforma
política, reforma educacional, reforma na saúde, combate à corrupção e contra
ao aumento nas tarifas de ônibus devido à deficiente mobilidade urbana. Somente
para a saúde houve efetividade, mediante a criação do Programa Mais Médicos, com
dez meses de vida. Há poucos dias, a presidente Dilma declarou que o referido
programa superou a meta de cobertura, beneficiando atualmente 50 milhões de
cidadãos, quando o número inicial estipulado era de chegar a 46 milhões.
Conforme ela, todos os pedidos de prefeitos por médicos para suas cidades foram
atendidos. A citada programação está presente em 3.819 municípios, sendo 14.462
médicos brasileiros e estrangeiros, atuando em postos de saúde. Parabéns!
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