16/07/2014 - DESEMPENHO CONTINUA BAIXANDO
O noticiário econômico de ontem
veio em três direções. Primeiramente, conforme projeções realizadas pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), contratada pelo ministério
do Turismo, a Copa do Mundo de Futebol deverá somar cerca de R$30 bilhões na
economia brasileira, sendo o valor correspondente a 0,6% do PIB brasileiro. Ocorre
que o impacto dos 0,6% ocorreu em PIBs de vários anos, desde a aprovação da
sede da Copa, em 2007, haja vista que a perspectiva de crescimento deste ano é
de incremento de somente 1%, sendo da Copa muito pouco incorporado em termos de
valor econômico. O percentual de 0,6% está próximo do que uma Olimpíada costuma
agregar ao país sede. A projeção foi baseada no impacto econômico da Copa das
Confederações, realizada em junho de 2013, cujo cálculo foi de uma injeção de
R$9,7 bilhões no PIB do ano passado. A prospecção se refere aos impactos,
diretos, indiretos e induzidos na economia, tendo ouvido a FIPE 17 mil pessoas.
Seu cálculo considerou também a soma dos investimentos públicos e privados em
infraestrutura, de R$9,1 bilhões, dos gastos dos turistas nacionais, de R$346
milhões, de turistas estrangeiros, de R$102 milhões, dos investimentos do
Comitê Organizador Local, de R$311 milhões. Segundo ainda a FIPE, a Copa citada
gerou cerca de um milhão de empregos, número extraído do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED), entre janeiro de 2011 a março de 2014. Do
total das vagas, 710 mil são fixas e 200 mil são temporárias. Claro que a Copa
do Mundo trouxe benefícios econômicos. A questão é a do custo alternativo do
investimento. A Copa trouxe benefícios sim, mas outros investimentos alternativos
poderiam ser realizados. A análise correta seria comparar a relação custo/benefício
da Copa com outro investimento que o País está tão carente, a exemplo da
infraestrutura, que pressiona enormemente o chamado custo Brasil, o qual coloca
em desvantagens o País em competição internacional.
Em segundo lugar, a pesquisa
Focus do banco Central mostrou aumento do pessimismo com a economia brasileira,
pela sétima vez consecutiva, o PIB projetado de 2014 foi para baixo. Agora está
no magro 1,05% de incremento. Por outro lado, a expectativa da inflação
continua subindo, de 6,46% para 6,48% neste ano.
Em terceiro lugar, um dos maiores
empresários da economia brasileira, Benjamin Steinbruch, em sua quinzenal
coluna de ontem, do jornal Folha de São Paulo assinalava: ... “É hora de
encarar uma realidade nada agradável, a de que o País caminha para uma
recessão... Enquanto rolava a bola, vários indicadores foram confirmando o
esfriamento da atividade em vários setores, inclusive no comércio, que deveria
ser beneficiado pelo movimento de compras da Copa... A produção industrial está
bastante fraca. Em todo País, houve três quedas mensais seguidas, em março,
abril e maio. O nível de maio estava 3,2% abaixo do de maio de 2013. O emprego
acompanha essa tendência. Na indústria paulista, as previsões do Departamento
de Pesquisas e Estudos Econômicos da FIESP indicam que haverá redução de
produção de 4,4% neste ano”. No conjunto, os números acima referidos mostram
que o desempenho econômico continua baixando.
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