09/07/2014 - ECONOMIA PARALISADA
Vinte anos do Plano Real (dia 1º)
coincidem com a Copa Mundial de Futebol e de um atual paradeiro da economia
brasileira. Aguardam-se, logo, em outubro, eleições; mais cinco meses novo
mandato de governo. Porém, em 2014, não somente o Brasil parou para a Copa. O
próprio governo admite taxa de crescimento do PIB por volta de 1%. Há quem fale
em zero ou de até pequena recessão. Os números vêm se deteriorando desde o
início de 2011. O saldo esperado do Balanço de Transações Correntes é de um
déficit de US$80 bilhões. A inflação permanece alta, mas menor do que 7%.
Gastos públicos vêm crescendo há anos mais do que o PIB. Investimentos públicos
em sentido inverso. No mês de junho empresas, consumidores, investidores
decidiram esperar pelos próximos dias, com pioras nos seus números, até pior do
ano recessivo de 2009. O Indicador de Confiança da Indústria era em 2009 de
93,6; em 2012, de 103,2; em 2014, de 87,2. O Indicador de Confiança do
Consumidor era de 108,3 em 2009; de 123,5 em 2012; de 103,8 em 2014. Veículos
leves licenciados, de janeiro a maio, era de 1,1 milhão em 2009; de 1,65 milhão
em 2012; de 1,08 milhão em 2014.
Nesta segunda década do século
XXI, em quase quatro anos, dois cenários se oferecem aos políticos candidatos a
presidente da República. Um terceiro cenário, de temor do desconhecido parece
ter sido um fantasma espantado, de um espectro de um governo radical,
expropriador, malvado. Afinal, Collor foi rejeitado pelas ruas e pelos poderes
constituídos. As péssimas experiências dos Planos Cruzado, Cruzado II, Bresser,
Verão, Collor I, Collor II (1986-1992) mostraram isso. A atual presidente Dilma
sentiu bastante o clamor das ruas e as vaias que tem recebido, até na presença
de jogo da Copa. Assim, um cenário provável é de que não venham coisas novas,
de que a vida pare de melhorar, de que o Brasil continue como um país
emergente, de renda média, de baixa produtividade, muito burocrático, de reconhecida
corrupção, de educação reprovada em geral, de saúde caótica, de um continuado e
elevado custo Brasil. Nesse caso, o crescimento continuaria sendo baixo. Outro
cenário provável seria a volta do planejamento estratégico, contemplando as
reformas econômicas, em busca do crescimento sustentável. Enfim, a sociedade
espera que a economia brasileira dê um novo salto, tal como aconteceu com o
advento do Plano Real, em 1994.
Em resumo, ontem o Brasil sofreu
a maior goleada (7x1) da Alemanha, ao tempo em que a inflação ultrapassou os
6,5%, limite do sistema de meta de inflação mais o viés de alta, sendo a
principal causa a elevação dos preços das passagens de transportes e elevação
das diárias dos hotéis em junho. A expectativa com a Copa tem seu maior revés
da história. Como se comportará a economia daqui para frente?
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