12/07/2014 - DIAGNÓSTICO ECONÔMICO DO PSDB


No curto prazo, semelhantemente com o campo da medicina, em economia também se faz o diagnóstico econômico. Só que nela a síntese é a saúde e na economia é traduzido em dinheiro. De forma semelhante, a solução na medicina é o remédio e a solução na economia é a política monetária, cambial, fiscal, traduzidas também em dinheiro. O prognóstico na medicina é a cura; na economia é o crescimento sustentável, que conduza ao bem estar. No longo prazo, em ambas está a manutenção. Esta, na medicina, é a prevenção; na economia é o planejamento estratégico.  Portanto, primeiro o diagnóstico. No caso se verá o do PSDB. Um retrato significativo foi tirado ontem, por Luiz Carlos Mendonça de Barros, comentarista econômico, por quatro décadas, em coluna quinzenal do jornal Folha de São Paulo, que também foi ministro das Comunicações da gestão de FHC. O título do artigo é “20 anos de Plano Real”. A ordem que se coloca aqui das suas palavras está para fins didáticos, não conforme no texto publicado.

“Nos cinco anos anteriores ao Plano Real apenas 30% dos brasileiros viviam no mundo formal e 70% viviam na informalidade, ou segundo minha leitura, no grupo dos sem futuro... Vamos usar as cinco classes de renda definidas nas pesquisas do IBGE e agrupá-las em apenas duas: as classes A, B e C, os brasileiros que vivem no mundo formal, e as D e E, que representam os brasileiros que vivem na informalidade... A grande vitória do Plano Real foi permitir a formalização das relações econômicas de 70% dos brasileiros. Por formalização entendo a passagem das relações informais para o domínio dos contratos formais. Nesta passagem os dois elementos principais são a carteira de trabalho assinada e o registro das micro e pequenas empresas no cadastro do CNPJ. Esta passagem corresponde a um salto quântico no funcionamento da economia e na dinâmica social de um país... Na formalidade a visualização da carga de impostos pagos fica explícita e a gratuidade por obrigação constitucional passa a ser uma farsa”, conforme o autor houve uma inversão das relações de trabalho, em prol do desenvolvimento. Assim, ele deixou implícito que a economia se estabilizou, organizou-se muito melhor, em 20 anos, mas não cresceu mais porque não fez ainda a reforma tributária. Ou seja, a elevada carga tributária brasileira, de 36% do PIB deixa pouco espaço para a poupança nacional, que se torna investimento, por volta de 15% do PIB, sendo 10% das empresas e 5% dos indivíduos, necessitando ser suplementado com a poupança externa, por volta de 3% dom PIB, os quais serão somente 18% do que serão colocados como investimentos brutos. Estes não permitem crescer acima de 2%, a não ser se aproveitando do espaço da capacidade ociosa, que existia e da pouca disponibilidade de crédito, além de uma alvissareira situação internacional, confrontados por Lula, desde o início do seu governo, coisa que esgotaram, pela falta de retroalimentação de investimentos, para acima de 20% do PIB, além da reversão das condições externas.

Presentemente, o modelo econômico que poderá propor o PSDB, será o de um novo modelo, o que se acredita também poderá ficar claro nos próximos dias. Portanto, nada ainda a confrontar. “Tudo como dantes, no quartel de Abrantes”.

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