24/07/2014 - POLÍTICA ECONÔMICA EQUIVOCADA
Muitos alunos perguntam se esta
coluna é contra o governo da presidente Dilma. É a evidência que se observa
principalmente por mostrar a política econômica equivocada. Porém, quem fala
isso claramente é o grupo do ex-presidente Lula (também é claro que veladamente
há o grupo de Dilma, que se diz ser também de Lula). Comprovando isto, a
entrevista do professor Marcos Lisboa, do INSPER, de São Paulo, escola de
negócios bem referenciada, à revista Isto é, datada de ontem, cujo título é “O
retorno ao desenvolvimentismo deu errado”. Lisboa é ex-secretário de Política
Econômica do governo de Lula. Ou seja, foi o segundo homem da equipe econômica
dele, o qual “classifica o comportamento da economia brasileira de medíocre e
diz que o País deve retomar agenda que antecedeu a 2008” (subtítulo da
entrevista).
O modelo econômico adotado depois
do Plano Real, a partir de 1994, é o mesmo, baseado no tripé do controle
inflacionário, câmbio flutuante e superávit fiscal. Este, sem dúvida, tem sido
o modelo que mantêm a estabilidade da economia brasileira, isto é, a presença
de fundamentos econômicos, os quais foram bons com FHC, melhores com Lula e
piores com Dilma. O autor da coluna não votou em FHC, votou em Lula, mas não
votou em Dilma.
Voltando a Marcos Lisboa,
seguindo os destaques da citada revista Isto é: “Quando eu digo medíocre é um
baixo crescimento, inclusive em comparação com nossos pares no resto do mundo.
As dificuldades dos países desenvolvidos têm contaminado os países emergentes,
mas nós temos sofrido mais do que os demais” (Lisboa). “O economista atribui
esse cenário, que, segundo ele, afeta o setor de serviços e ameaça o mercado de
trabalho, à volta ao velho nacional-desenvolvimentismo dos anos de 1950 e 1970,
baseado na intervenção da economia. Para caracterizar esse movimento, ele
menciona medidas como o aumento das barreiras protecionistas e da concessão de
créditos subsidiados por meio dos bancos públicos, em particular o BNDES, e a
reintrodução de políticas públicas discricionárias e intervencionistas em
diversos mercados” (Isto é). “Apostava-se que ao proteger a economia e com a
concessão pelo governo de benefícios, que são pagos com nossos impostos,
direcionados para esses setores, se estimularia o crescimento da demanda, do
consumo e do investimento e se garantiria a aceleração do crescimento
econômico. Má notícia: não funcionou” (Lisboa).
Em síntese, a estabilidade da
economia conquistada em 1994, estava a exigir as reformas econômicas, tais como
a fiscal (redução e adequação de gastos públicos, além de reestruturação
tributária), previdenciária, trabalhista, sindical, fixando marcos regulatórios
da infraestrutura, petróleo e energia, mediante parcerias-público privadas,
entre outras, prometidas por FHC, Lula e Dilma, não cumpridas por nenhum deles.
O modelo, portanto, esgotou-se. Quiçá, tem sido debalde desde 1979, o retorno
do planejamento estratégico, de longo prazo, pelo menos de quatro anos.
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