29/07/2014 - PRODUTIVIDADE ESTAGNADA
Ontem, a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgou estudo no qual afirma
que o Brasil está com sua produtividade estagnada. Por isso, não tem crescido
de forma adequada nos últimos anos. Uma das formas de medir a produtividade é o
aumento da produção com a mesma quantidade dos fatores. Os fatores de produção
são natureza, trabalho, capital e capacidade empresarial. Ela pode ser
seccionada também por fatores e analisada separadamente. Após o crescimento
robusto dos anos 2.000, a produtividade brasileira praticamente é a mesma dos
anos de 2010, conforme a OCDE, o que distancia não só o Brasil, mas também os
países emergentes dos países avançados. A OCDE chama de BRIICS, um grupo mais
ampliado de emergentes, sendo eles Brasil, Rússia, Índia, Indonésia, China e
África do Sul. Estes tem nível de produtividade de cerca de 10% da
produtividade dos Estados Unidos. No Brasil, esse número caiu de 12,1% em 2000,
para 11,1% em 2008, sendo 7,4% no setor industrial e de 11,8% no setor de
serviços.
Conforme a OCDE, os ganhos
adicionais de produtividade podem ser explicados por processos produtivos mais
eficientes. Dessa maneira, nos países avançados a multiplicação tecnológica é
“n” vezes maiores do que nos demais países do globo. Os dados referidos pela
OCDE são muito desiguais. Somente 10% é a produtividade dos emergentes em
relação aos Estados Unidos? É muito pouco. Porém, o ônus da prova cabe ao
pesquisador. O fato é que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) demonstrou
também ontem aos principais candidatos à presidência da República 42 propostas
que serão debatidas com eles, amanhã, em sua sede. O principal problema diz
respeito à competitividade, que tem tudo a ver com produtividade. Também compõem
as propostas a reforma tributária, a flexibilização das relações de trabalho,
investimentos em infraestrutura e uma estratégia mais agressiva para conquistar
mercados na economia internacional. Para a CNI o produto brasileiro é mais caro
do que o internacional por causa dos custos da energia, dos transportes, da
burocracia, de distorções tributárias e da elevada taxa básica de juros.
Enquanto isto, a divulgação
semanal do relatório Focus do Banco Central fez a nona revisão para baixo da
taxa de crescimento econômico de 2014, para 0,9% e de 1,7% para 2015. Já a
inflação deste ano está prevista em 6,41% e de 6,21 para 2015. Os debates têm
ficado mais acalorados depois de que o Banco Santander, em relatório para
clientes com renda acima de R$10 mil, trouxe artigo no qual afirma que se a
presidente Dilma for reeleita será o caos no País. Olhando os dois temas acima,
nem tão poucos (a produtividade), nem tanto (a reeleição poderá levar à
continuidade dos baixos níveis de crescimento do PIB).
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