27/06/2014 - CONFIANÇA EXTERIOR EM QUEDA




A gestora de recursos Principal Global Investors realizou pesquisa com 700 fundos de investimentos, os quais somam aproximadamente US$30 trilhões, acerca do grau de confiança nos maiores países do mundo, nos próximos três anos. A classificação da confiabilidade revelou 47% deles para os Estados Unidos; 34% dos entrevistados para a China; 26% dos entrevistados se declararam favoráveis ao Japão; 15% deles revelaram que a confiança no Brasil, confiança esta que vem em queda. Para eles, os acontecimentos no Brasil estão travados pelo ambiente geral dos negócios, classificado pelo Banco Mundial em 120º lugar dentre 184 países. A contabilidade nacional, por sua vez, registra deterioração crescente nestes três anos e meio. Cada vez mais o Brasil necessita de recursos para fechar a balança de transações correntes. Porém, não corre risco de ataque especulativo, visto que as reservas internacionais estão em US$380 bilhões, teoricamente, poderia fechar referida balança por seis anos. Diferente da era FHC que dispunha de US$40 bilhões, esgotados em um ano, obrigando o Brasil a recorrer ao FMI no início do século atual.

O mundo inteiro vê que os movimentos sociais de junho do ano passado, denominado de “vem para a rua”, reivindicaram mudanças profundas nas instituições. No dia 24-06-2013, prontamente, a presidente Dilma lançou cinco pactos. A reforma política, responsabilidade fiscal, investimentos em educação, na saúde e na mobilidade urbana. A reforma política está com projeto “esquecido” na Câmara de Deputados. A responsabilidade fiscal está maquiada pela contabilidade “criativa”, ao usar lucros futuros das estatais para fechar as contas e com superávit que definha ano a ano. Em 2013 foi de 1,9% do PIB, quando há dez anos foi de 3% do PIB. Investimentos na educação e na mobilidade urbana estão em muito a desejar. Somente na saúde o Programa Mais Médicos foi viabilizado. Por sua vez, o desempenho do Congresso neste período do ano está pior do que nos cinco meses do ano passado. O montante de projetos que circularam pelas comissões e plenários da Câmara caiu de 10.242 para 8.256 e as despesas com horas extras subiram para R$31,2 milhões. Já no Senado, até maio, os senadores não participaram em nenhuma sessão extraordinária de votação no plenário. Todavia, os gastos com horas extras no mês chegaram a R$1 milhão, cerca de R$200 mil a mais em relação a igual período de 2013. Neste junho, devido à Copa do Mundo de Futebol os congressistas se deram férias, porém receberam salários pelo teto de R$26,7 mil, além cota de gastos que variaram de R$21 mil a R$44 mil. A ironia é de que a grande maioria dos turistas faz questão de visitar o Congresso de duas casas bonitas, mas vazias. O descalabro das contas públicas acontece até em diárias pagas de R$115 milhões aos agentes da Polícia Federal, que aumentaram 54% em 2013. A justificativa é de que eventos como a Copa do Mundo e a visita do Papa fizeram os agentes atuarem fora de suas bases. Entretanto, dados do ministério da Justiça mostram que, dessa verba, no ano passado, R$402 mil foram gastos com apenas dois agentes, consoante estampa a revista isto é desta semana.

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