07/06/2014 - RAZÕES DE BAIXO CRESCIMENTO
A economia está estabilizada
desde 1994. Isto é, a inflação é civilizada, embora no viés de alta. Isto é,
centro da meta de 4,5%, mais 2% do referido viés, no total de 6,5%. A
estatística inflacionária até maio é de 6,3%, anualizada. Porém, desde 1979, quando houve o segundo
choque do petróleo, que o País tende a ter baixo crescimento. Claro, a curva de
tendência tem momentos de alta e de baixa. De 1979 até 2002, longo período de
taxa média anual do período de 2,3%. Na era Lula, a economia cresceu de 2003
para 2010 cerca de 4% anuais. No entanto, o governo Dilma mostra uma retroação
maior de taxa de incremento do PIB, do que do período de 1979 a 2002. O
crescimento médio anual projetado do PIB do seu governo está em 1,8%.
Indagado, pela Folha de São
Paulo, o ex-presidente Lula disse que isto se deve ao humor dos empresários. Como
sempre diz algo sem nexo. Nada de política econômica. No caso, referia-se a mau
humor. Ora, se a presidente Dilma segue rigorosamente a política econômica de
Lula, em termos gerais, por que uma queda tão grande, abaixo da metade do
desempenho do PIB anual de Lula? Indagada por jornalista estrangeiro, a
presidente Dilma disse “eu não sei”. Se estiver falando a verdade, ela também
não sabe como fazer a economia crescer. Ainda mais, o tripé dos oito anos de
FHC, dos oito anos de Lula e aproximadamente os quatro anos de Dilma é o mesmo:
(1) sistema de metas de inflação; (2) câmbio flutuante; (3) superávit primário
com vistas a pagar a dívida pública.
O que os empresários dizem é que
a presidente Dilma piorou o legado do ex-presidente Lula, a começar com uma
inflação tangenciando o viés de alta do centro da meta em todos os seus três
anos de governo e parece que o quarto ano não será diferente. Em seguida,
controlou em demasia os preços administrados e, no futuro, é aguardado mais
reajustes, mais inflação. O descontrole fiscal, baixando o superávit fiscal e o
maquiando. Os juros baixaram e depois voltaram a subir, praticamente
neutralizando o efeito proposto de queda e mostrando mais um vacilo. Aumento do
custo da mão de obra sem a necessária elevação da produtividade. Discriminação
dos empresários, escolhendo alguns poucos para obterem juros subsidiados do
BNDES. Arrogância no tratamento com muitos. Falta de cumprimento das promessas
de reformas, em especial, da tributária.
Ademais, Lula expandiu a economia
no espaço que existia no consumo e no crédito. Hoje praticamente com os limites
esgotados, além de receber os efeitos negativos da crise econômica mundial de
2008, uma das mais longas do capitalismo, que ainda não chegou ao fim.
O resumo da ópera se vê, por
exemplo, nas quatro últimas pesquisas do Instituto Datafolha, mostrando que o
governo da presidente Dilma está descendo a ladeira, visto que o grau de
satisfação dos pesquisados baixou, da primeira à quarta, de 41% para 34% atuais.
Ganharia as eleições no segundo turno.
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