19/06/2014 - VALOR DA ENERGIA DO PETRÓLEO
Começando do fim, do que hoje é o
valor da energia do petróleo, o valor monetário dos segmentos de gás e petróleo
como participação do PIB é superior a 10%, desde 2006, antes de anunciados que
as costas brasileiras possuem mais de mil quilômetros de extensão de jazidas de
petróleo em águas profundas, o chamado petróleo da camada do pré-sal,
encontrável há mais de cinco mil metros de profundidade. Minerais estes que
ainda não ultrapassaram a 20% do total da exploração petrolífera atual. Até
1938, data da criação do Conselho Nacional de Petróleo (CNP) os negócios com o
petróleo correspondiam a menos de 3% do PIB. Quer dizer, desde quando Vargas
resolveu proteger a indústria nacional (década de 1930), a matriz energética
brasileira já estava alicerçada sobre a matriz do petróleo. Dessa forma, fica
hoje fácil compreender porque o Brasil não conseguiu mais alcançar altas taxas
de crescimento, conforme as conseguidas de 1949 a 1979, acima de 6% em média
anual, crescimento este projetado no planejamento estratégico governamental de
longo prazo, no mínimo, de quatro anos. Nos anos de 1970 existiram dois grandes
choques de elevação dos preços do petróleo, em 1973 e 1979, fazendo o Brasil
abandonar e jamais regressar (até agora) a um crescimento anual que alcançasse
o máximo de 6% em um único ano, nos últimos 35 anos. Por outro lado, a
anunciada autossuficiência do petróleo, isto é, produzir, exportar e importar,
chegando perto, mais de 90% das necessidades totais, de forma equivalente foram
obtidas, isto é, o consumo aparente (produção, exportação menos importação), mas
nos últimos anos se tem distanciado. O principal motivo é o de que nunca foi
fácil extrair petróleo de águas profundas, a 5.000, 6.000, 7.000 metros como
fora anunciado. Ademais, as demais razões se devem à complexidade que é manter
um complexo produtivo de milhares de interesses, principalmente se preservando
os interesses da Pátria, envolvidos com interesses partidários e interesses
internacionais. Enfim, firmar contratos que resultem em direção a pelo menos a
autossuficiência, quando não aspirar a ser um país exportador líquido de petróleo,
membro da OPEP, conforme teria sugerido e ironizado, em 2006, o presidente
falecido da Venezuela, Hugo Chávez. Naquela época, firmou-se a sociedade de
refinar conjuntamente, Brasil-Venezuela, o petróleo na refinaria Abreu Lima, em
Pernambuco, bastante atrasada em seus propósitos, a qual a Venezuela jamais
colocou a prometida participação no capital social, e cujos orçamentos estão
muitas vezes estourados, em relação aos originais.
Em resumo, como o valor monetário
da energia do petróleo não atingiu às projeções governamentais, por exemplo,
dos Planos de Negócios da Petrobras, isto se tornou também um grande
impedimento a que o Brasil alcance crescimento acima de 2% do PIB ao ano, taxa
média estimada para os últimos quatro anos.
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